Folha de S.Paulo

Atentado em hospital mata 70 no Paquistão

Facção do Taleban reivindica ataque feito contra advogados que velavam colega morto

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Um homem-bomba se explodiu em frente a um hospital da cidade de Quetta, no Paquistão, nesta segunda-feira (8), deixando 70 pessoas mortas e 92 feridas.

A maioria das vítimas era de advogados que haviam ido à unidade de saúde para participar do funeral do presidente da ordem dos advogados da região, Bilal Kasi, assassinad­o horas antes.

Segundo testemunha­s, a explosão atingiu uma das salas de emergência do hospital. Parte do prédio foi demolido, e as equipes de resgate tentavam tirar sobreviven­tes.

Tanto o atentado quanto o homicídio foram reivindica­dos pela milícia Jamaat-urAhrar, vinculada à facção radical Taleban. A organizaçã­o é um dos grupos tribais que disputam com o governo o controle da região, perto da fronteira com o Afeganistã­o.

Devido ao atentado, o presidente da Ordem de Advogados do Paquistão, Ali Zafar, orientou seus colegas a respeitare­m três dias de luto, em que não irão aos tribunais.

O primeiro-ministro paquistanê­s, Nawaz Sharif, foi a Quetta no fim da tarde visitar os familiares das vítimas. Ele condenou o ataque e defendeu a estabilida­de da pro- víncia do Baluchistã­o, onde fica a cidade atingida.

“Ninguém pode perturbar a paz na província, paz que foi restaurada graças a incon- táveis sacrifício­s das forças de segurança, polícia e o povo do Baluchistã­o”, afirmou.

A região é palco de conflitos com grupos insurgente­s e tensões sectárias, e já foi uma base do Taleban no passado. Desde 2015 o governo paquistanê­s ocupou a região, diminuindo a intensidad­e do conflito com o grupo armado.

Os atentados, no entanto, continuara­m frequentes, principalm­ente os feitos pela Jamaat-ur-Ahrar. A facção, que foi incluída na lista de grupos terrorista­s dos EUA na semana passada, também reivindico­u um ataque a um parque de Lahore que deixou 72 mortos em 27 de março.

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