Ouro pelo Brasil em 1980, velejador atua como voluntário
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO
A última vez que Lars Bjorkstrom esteve em uma raia olímpica da vela foi aos 36 anos, na antiga União Soviética. Na baía de Tallinn, hoje território da Estônia, o sueco naturalizado brasileiro levou o primeira ouro da vela nacional ao lado de Alex Welter na classe tornado.
Trinta e seis anos depois do título em Moscou-1980, Bjorkstrom, 72, está de volta às águas olímpicas, desta vez na baía de Guanabara. E como voluntário.
“Não fui a outras Olimpíadas porque era muito longe”, brinca Bjorkstrom. “Esta é minha primeira vez como voluntário, é fascinante”.
O velejador ainda tentou a vaga nos Jogos de Los Angeles-1984, mas perdeu para um jovem de 20 anos chamado Lars Grael, então parceiro de Glenn Haynes.
Companheiro de Bjorkstrom em 1980, Welter, 63, foi voluntário no evento-teste de vela no Rio no ano passado.
Durante a Olimpíada, porém, ele faz parte da equipe de oficiais técnicos dos Jogos, ou seja, vai receber ajuda financeira para alimentação e hospedagem, o que o companheiro não tem, por isso está hospedado na casa de um amigo, no bairro de Tijuca.
Assim, a dupla campeã olímpica vai se reencontrar durante as competições no Rio, mas em funções diferentes. Bjorkstrom começou os trabalhos no domingo (31), já carregou caixas, ajudou a instalar boias e a preparar a Marina da Glória para as competições que começam na segunda (8).
“Fiquei muito tempo longe da vela. Estou aprendendo muito nestes dias. Vai valer muito a pena no final”, afirma Bjorkstrom.
Ele vai ficar no barco da organização durante as regatas da classe Nacra, a partir de quarta (10). Lá pode executar diversas funções, como assistente dos árbitros e oficiais da organização.
A bordo, por exemplo, pode auxiliar como tradutor — ele fala alemão, inglês e português— ou ser responsável por içar uma das mais de 300 bandeiras de sinalização para os velejadores.
A mulher de Bjorkstrom, a sueca Helena Backlund, também é voluntária na vela. (MARCEL MERGUIZO)