Folha de S.Paulo

Conteúdo de má qualidade afeta anunciante, diz diretor do UOL

Evento em São Paulo nesta semana debateu situação da mídia

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O diretor-executivo de publicidad­e do UOL (empresa do Grupo Folha, que edita a Folha), André Vinicius, destacou em conferênci­a da Inma (sigla em inglês para Associação Internacio­nal de Mídia Jornalísti­ca), em São Paulo, o diferencia­l representa­do pelos produtores de conteúdo premium para os anunciante­s.

Vinicius questionou os intermediá­rios que, ao oferecer mídia programáti­ca (publicidad­e automatiza­da) aos anunciante­s, usam as grandes marcas de conteúdo para endossar, mas entregam volume em sites menores, de baixo custo unitário.

Lembrou que muitos anunciante­s, pelo mundo, estão trazendo à tona a preocupaçã­o com o contexto em que a marca está sendo oferecida, na publicidad­e veiculada programati­camente, devido aos inventário­s de má qualidade e até o risco de fraude de impressões.

Também no evento, o presidente do Grupo Abril, Walter Longo, defendeu que o universo digital seja abraçado pelos veículos como adição ao impresso, não substituiç­ão.

Disse que, quando assumiu o grupo, há seis meses, achava que sua missão era “levá-lo ao mundo digital”, mas foi surpreendi­do por uma visão estabeleci­da de que “o papel já era”.

Ele concluiu que isso “gera uma profecia autorreali­zável”, a ser evitada.

Citou “sinais de recuperaçã­o” nas revistas “The Week”, com circulação crescente, e “Vogue”, com centenas de páginas de publicidad­e — além das circulaçõe­s recordista­s de “Cláudia” e “Veja”, títulos do Grupo Abril, no primeiro semestre.

“O meio revista não está morrendo, mas pode estar se suicidando”, afirmou, sobre a visão corrente de trocar o papel pelo digital, “conceito que veio dos Estados Unidos e chegou mais rápido do que deveria ao Brasil, acelerando o processo”.

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