Campanha sobre Paraolimpíada com Cleo Pires gera controvérsia
Uma campanha lançada nesta quarta-feira (24) com o objetivo de chamar atenção para a Paraolimpíada do Rio, e aumentar a venda de ingressos, acabou em polêmica.
Na peça, assinada pela agência África e divulgada pela revista “Vogue”, os atores Cleo Pires e Paulinho Vilhena tiveram membros “amputados” digitalmente para interpretar os atletas paraolímpicos Bruna Alexandre, do tênis de mesa, e Renato Leite, do vôlei sentado.
A escolha da dupla, preterindo atores com deficiência —ou até mesmo os próprios para-atletas—, gerou reações furiosas nas redes sociais.
“Essa maneira que nos representam na mídia é o que traz tanto afastamento, exclusão e sentimento de não pertencimento”, disse uma usuária do Twitter.
Na rede, os nomes de Pires e Vilhena dominaram os assuntos mais comentados.
Batizada de “Somos Todos Paralímpicos”, a campanha foi idealizada pelos próprios atores e endossada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro, que os nomeou embaixadores oficiais dos Jogos.
“O objetivo é chamar atenção para as pessoas com deficiência num momento em que o Brasil se aproxima dos Jogos Paraolímpicos”, afirmou o comitê em nota enviada à imprensa.
Procurada pela Folha, Cleo Pires disse que se sentiu “muito honrada e orgulhosa” em representar a paratleta.
“Preconceituosos são eles [os críticos]. Nós, como embaixadores, emprestamos nossa imagem justamente para gerar visibilidade”, defendeu-se a atriz, que, no entanto, concorda que a chance de estrelar a campanha poderia ter sido dada a uma modelo ou atriz com deficiência. “Poderiam ter pensado nisso, mas não pensaram. Pensaram em mim e me convidaram para ser embaixadora, e aceitei com muita honra.”