Rio 2016, a Olimpíada do smartphone
Rio 2016 foi um exemplo magnífico de como está mudando a forma como vivenciamos, consumimos e produzimos conteúdo
Maracanãzinho lotado, Brasil medalha de ouro no vôlei masculino, os torcedores comemoram com uma ola tecnológica. Sim, os brasileiros levantaram em conjunto e iluminaram o ginásio com seus celulares para celebrar a vitória sobre a seleção italiana.
Seria uma cena difícil de imaginar quatro anos atrás, na mesma cidade e no mesmo país, mas ela faz todo sentido no Brasil de hoje e na Olimpíada que acabamos de sediar.
Rio 2016 foi a Olimpíada do smartphone e do vídeo, um exemplo magnífico de como esse aparelho está mudando nosso comportamento e a forma como vivenciamos, consumimos e produzimos conteúdo.
Que o diga o homem mais rápido do mundo. Ou alguém não viu que Usain Bolt ficou com um olho no celular e outro no campo enquanto nossa seleção masculina de futebol disputava o ouro?
Se em Londres 2012 as plataformas digitais superaram a cobertura da televisão pela primeira vez, os Jogos do Rio serviram para redefinir o caráter global e conectado do maior evento esportivo do mundo.
Pela primeira vez, a Olimpíada foi transmitida ao vivo e on-demand para todos os continentes por meio do YouTube, chegando não só a novos lugares mas também a uma nova audiência graças aos smartphones. Afinal, mais de 60% das pessoas que assistem aos vídeos do YouTube o fazem em dispositivos móveis.
Sempre conectado, engajado e móvel, o público dos Jogos levou o conceito de segunda tela a outros patamares. Mais da metade da audiência do rio2016.com, o site oficial da competição, veio de dispositivos móveis. Durante a abertura, esse percentual foi de incríveis 73%.
Com o buscador do Google não foi diferente. Impulsionado pela popularização dos smartphones, o número de buscas por Rio 2016 foi 164% maior do que o volume de pesquisas por Londres 2012.
Para quem tem dúvida do tamanho desse novo público, basta levar em conta o Brasil. Em 2012, a base de smartphones ativos no país era de 26,8 milhões, segundo dados da consultoria Canalys. Hoje já são 119 milhões no Brasil.
Para 30% dos internautas brasileiros, o celular é a principal porta de entrada para a internet, de acordo com pesquisa do Ibope. Além disso, estamos entre os usuários de smartphone mais ativos do mundo.
Uma pesquisa do ano passado mostrou que consultamos nossos aparelhos, em média, 86 vezes por dia, número que certamente crescerá nos próximos anos.
As marcas brasileiras investiram pesado em estratégias de mídia digital para captar essa audiência sempre em movimento e ligada em vídeo, e o público respondeu à altura.
Várias campanhas do YouTube focadas nos Jogos foram vistas por milhões de pessoas, sendo que uma delas, o vídeo Gabriel do Bradesco, tornou-se o maior sucesso da história da plataforma no Brasil, com mais de 36 milhões de visualizações.
Foi em plataformas como o YouTube, aliás, que a Olimpíada aconteceu do ponto de vista de interação digital. Os youtubers estiveram onipresentes nos Jogos, tanto em ações de divulgação organizadas por empresas quanto na cobertura do evento.
Só no primeiro final de semana, 11 criadores, de diferentes partes do mundo, produziram vídeos com seus smartphones vistos por mais de 2 milhões de pessoas.
Essa audiência é apenas uma amostra do poder transformador da tecnologia. Qualquer um com um aparelho em mãos pôde acompanhar, registrar e compartilhar o espírito olímpico, comprovando que o celular se transformou no controle remoto do mundo. FABIO COELHO,
Causa estranheza Gilmar Mendes criticar as propostas do MPF. Por outro lado, um magistrado que considerou a Lei da Ficha Limpa uma sandice, que colaborou com a derrocada da Operação Satiagraha e que foi contrário à proibição de doações milionárias de pessoas jurídicas a campanhas eleitorais não pode surpreender nem a comunidade jurídica nem nós, pobres brasileiros. Permanecemos incautos, mas confiantes de que Sergios Moros e Joaquins Barbosa hão de surgir para provar que podemos, sim, ter leis para todos (“Condução da Lava Jato leva a embate entre Mendes e Janot”, “Poder”, 24/8).
ROBERTO TAIRA
LEIA MAIS CARTAS NO SITE DA FOLHA - SERVIÇOS DE ATENDIMENTO AO ASSINANTE: OMBUDSMAN: COTIDIANO Diferentemente do que foi informado na reportagem “Tarifa única para táxis de SP estreia com improvisos”, o Sindicato dos Taxistas
A Folha distorce informações no editorial “Compêndio de falcatruas” (“Opinião”, 25/8). A FDE prestou todos os esclarecimentos, ponto a ponto, ao TCE, que nunca apresentou decisão. Bastaria apuração mínima do jornal para descobrir, por exemplo, que o elevador foi suprimido do contrato com a assinatura de um termo aditivo, já que o projeto original da escola mudou por conta do tombamento histórico da cidade. Se quisesse informar, diria ainda que a empresa que entregou os ventiladores previstos mantém contratos com outros órgãos público até hoje.
RONALDO TENÓRIO,