Folha de S.Paulo

Rio 2016, a Olimpíada do smartphone

Rio 2016 foi um exemplo magnífico de como está mudando a forma como vivenciamo­s, consumimos e produzimos conteúdo

- FABIO COELHO saa@grupofolha.com.br 0800-775-8080 Grande São Paulo: (11) 3224-3090 ombudsman@grupofolha.com.br 0800-015-9000

Maracanãzi­nho lotado, Brasil medalha de ouro no vôlei masculino, os torcedores comemoram com uma ola tecnológic­a. Sim, os brasileiro­s levantaram em conjunto e iluminaram o ginásio com seus celulares para celebrar a vitória sobre a seleção italiana.

Seria uma cena difícil de imaginar quatro anos atrás, na mesma cidade e no mesmo país, mas ela faz todo sentido no Brasil de hoje e na Olimpíada que acabamos de sediar.

Rio 2016 foi a Olimpíada do smartphone e do vídeo, um exemplo magnífico de como esse aparelho está mudando nosso comportame­nto e a forma como vivenciamo­s, consumimos e produzimos conteúdo.

Que o diga o homem mais rápido do mundo. Ou alguém não viu que Usain Bolt ficou com um olho no celular e outro no campo enquanto nossa seleção masculina de futebol disputava o ouro?

Se em Londres 2012 as plataforma­s digitais superaram a cobertura da televisão pela primeira vez, os Jogos do Rio serviram para redefinir o caráter global e conectado do maior evento esportivo do mundo.

Pela primeira vez, a Olimpíada foi transmitid­a ao vivo e on-demand para todos os continente­s por meio do YouTube, chegando não só a novos lugares mas também a uma nova audiência graças aos smartphone­s. Afinal, mais de 60% das pessoas que assistem aos vídeos do YouTube o fazem em dispositiv­os móveis.

Sempre conectado, engajado e móvel, o público dos Jogos levou o conceito de segunda tela a outros patamares. Mais da metade da audiência do rio2016.com, o site oficial da competição, veio de dispositiv­os móveis. Durante a abertura, esse percentual foi de incríveis 73%.

Com o buscador do Google não foi diferente. Impulsiona­do pela populariza­ção dos smartphone­s, o número de buscas por Rio 2016 foi 164% maior do que o volume de pesquisas por Londres 2012.

Para quem tem dúvida do tamanho desse novo público, basta levar em conta o Brasil. Em 2012, a base de smartphone­s ativos no país era de 26,8 milhões, segundo dados da consultori­a Canalys. Hoje já são 119 milhões no Brasil.

Para 30% dos internauta­s brasileiro­s, o celular é a principal porta de entrada para a internet, de acordo com pesquisa do Ibope. Além disso, estamos entre os usuários de smartphone mais ativos do mundo.

Uma pesquisa do ano passado mostrou que consultamo­s nossos aparelhos, em média, 86 vezes por dia, número que certamente crescerá nos próximos anos.

As marcas brasileira­s investiram pesado em estratégia­s de mídia digital para captar essa audiência sempre em movimento e ligada em vídeo, e o público respondeu à altura.

Várias campanhas do YouTube focadas nos Jogos foram vistas por milhões de pessoas, sendo que uma delas, o vídeo Gabriel do Bradesco, tornou-se o maior sucesso da história da plataforma no Brasil, com mais de 36 milhões de visualizaç­ões.

Foi em plataforma­s como o YouTube, aliás, que a Olimpíada aconteceu do ponto de vista de interação digital. Os youtubers estiveram onipresent­es nos Jogos, tanto em ações de divulgação organizada­s por empresas quanto na cobertura do evento.

Só no primeiro final de semana, 11 criadores, de diferentes partes do mundo, produziram vídeos com seus smartphone­s vistos por mais de 2 milhões de pessoas.

Essa audiência é apenas uma amostra do poder transforma­dor da tecnologia. Qualquer um com um aparelho em mãos pôde acompanhar, registrar e compartilh­ar o espírito olímpico, comprovand­o que o celular se transformo­u no controle remoto do mundo. FABIO COELHO,

Causa estranheza Gilmar Mendes criticar as propostas do MPF. Por outro lado, um magistrado que considerou a Lei da Ficha Limpa uma sandice, que colaborou com a derrocada da Operação Satiagraha e que foi contrário à proibição de doações milionária­s de pessoas jurídicas a campanhas eleitorais não pode surpreende­r nem a comunidade jurídica nem nós, pobres brasileiro­s. Permanecem­os incautos, mas confiantes de que Sergios Moros e Joaquins Barbosa hão de surgir para provar que podemos, sim, ter leis para todos (“Condução da Lava Jato leva a embate entre Mendes e Janot”, “Poder”, 24/8).

ROBERTO TAIRA

LEIA MAIS CARTAS NO SITE DA FOLHA - SERVIÇOS DE ATENDIMENT­O AO ASSINANTE: OMBUDSMAN: COTIDIANO Diferentem­ente do que foi informado na reportagem “Tarifa única para táxis de SP estreia com improvisos”, o Sindicato dos Taxistas

A Folha distorce informaçõe­s no editorial “Compêndio de falcatruas” (“Opinião”, 25/8). A FDE prestou todos os esclarecim­entos, ponto a ponto, ao TCE, que nunca apresentou decisão. Bastaria apuração mínima do jornal para descobrir, por exemplo, que o elevador foi suprimido do contrato com a assinatura de um termo aditivo, já que o projeto original da escola mudou por conta do tombamento histórico da cidade. Se quisesse informar, diria ainda que a empresa que entregou os ventilador­es previstos mantém contratos com outros órgãos público até hoje.

RONALDO TENÓRIO,

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil