Folha de S.Paulo

Avaliação da saúde despenca e Haddad é reprovado por 47%

- THAIS BILENKY

DE SÃO PAULO

Na primeira pesquisa após o início oficial da campanha pela Prefeitura de São Paulo, o candidato Celso Russomanno (PRB) lidera com 31% das intenções de voto e mantém larga vantagem no segundo turno, revelou o Datafolha.

O deputado federal está 15 pontos à frente da segunda colocada, a senadora Marta Suplicy (PMDB), que manteve os 16% aferidos na pesquisa anterior do instituto, realizada em julho.

Na ocasião, Russomanno tinha 25% das intenções. As pesquisas, contudo, não são totalmente comparávei­s nos cenários de primeiro turno, uma vez que o vereador Andrea Matarazzo (PSD) e o deputado Marco Feliciano (PSC) ainda estavam na disputa .

Em terceiro lugar, aparecem, empatados dentro da margem de erro de três pontos percentuai­s, a deputada federal Luiza Erundina (PSOL), com 10%, o prefeito Fernando Haddad (PT), com 8%, e o empresário João Doria (PSDB), com 5%.

Na sequência, estão Levy Fidelix (PRTB), com 2%, Major Olímpio (SD), com 2%, e Ricardo Young (Rede), com 1%. Henrique Áreas (PCO), João Bico (PSDC) e Altino (PSTU) não pontuaram.

Votos brancos ou nulos atingiram 17% das intenções e 7% dos entrevista­dos não opinaram. O levantamen­to ouviu 1.092 eleitores entre 23 e 24 de agosto.

Em simulações de segundo turno, Russomanno venceria em todos os cenários. Em uma hipotética disputa com Marta, o deputado ganharia com 51% dos votos, ante 32% da senadora.

No levantamen­to anterior, Russomanno venceria Marta com 48% a 31%.

Ele derrotaria Haddad, com 60% ante 21%, Doria, com 63% contra 16%, e Erundina, com 56% a 29%.

O prefeito perderia de Marta, com 24% dos votos contra 47% dela, e de Erundina, com 25% a 45%. Empataria apenas com Doria, com 35% para o petista e 33% do tucano. REJEIÇÃO Após a absolvição de Russomanno pelo Supremo Tribunal Federal no último dia 9, da acusação de desvio de dinheiro público, sua rejeição oscilou de 22% para 18%.

Ele desponta entre eleitores de 35 a 44 anos, faixa na qual atinge 36% das intenções de voto. Também vai bem entre o segmento com nível médio de ensino (40%), com renda mensal familiar de até dois salários (39%) e entre os evangélico­s, tanto pentecosta­is (41%), quanto não pentecosta­is (40%).

Seu partido, o PRB, é ligado à Igreja Universal.

Na consulta espontânea, em que os nomes dos candidatos não são apresentad­os, 55% disseram não saber em quem votarão. Russomanno ficou com 11%, seguido por Marta (5%) e Haddad (4%).

A senadora vai melhor entre os jovens de 16 a 24 anos Celso Russomanno (PRB) 58 18 58 19 54 29 48 31 34 30 Marta Suplicy (PMDB) Major Olímpio (SD) e entre os menos escolariza­dos, faixas nas quais ela tem 22% das intenções. Após dez dias de campanha, Marta tem rejeição de 32% dos eleitores.

Erundina alcança 15% das intenções entre eleitores de 25 a 34 anos e de renda familiar mais alta (5 a 10 salários) —na faixa que ganha mais de dez salários, ela chega a 18%.

Candidato à reeleição e principal alvo de ataques dos adversário­s, Haddad tem a rejeição mais alta, de 49% do eleitorado, maior que a aferida em julho, de 45%.

O petista pontua melhor entre os mais jovens (17%), os eleitores com ensino superior (13%) e com renda familiar de 5 a 10 salários (15%).

Para Doria, o desafio é se tornar conhecido —metade do eleitorado ainda não sabem quem ele é. O tucano tem 19% da intenção entre os mais ricos e rejeição de 22% no eleitorado total. 2% Luiza Erundina (PSOL) Brancos/nulos/nenhum

DE SÃO PAULO

Fernando Haddad (PT)

A avaliação da gestão municipal em São Paulo na saúde despencou, e o prefeito Fernando Haddad (PT) registrou o pior índice de reprovação entre os candidatos à reeleição nesse período do mandato, mostrou o Datafolha.

Levantamen­to realizado entre os dias 23 e 24 de agosto com 1.092 pessoas mostrou que 47% da população considera a gestão do petista ruim ou péssima. Em julho, a rejeição era de 48%.

Haddad é aprovado por 17% dos eleitores, ante 14% que avaliaram a sua gestão como ótima ou boa em julho.

A margem de erro é de três pontos percentuai­s, para mais ou para menos. 17%

“Haddad já vinha sendo mal avaliado, e São Paulo tem a caracterís­tica de ser crítica”, disse Mauro Paulino, diretor-geral do instituto.

A saúde é tida como o principal problema da cidade para 38% dos eleitores. A percepção se deteriorou ao longo do mandato do petista.

Em outubro de 2015, o índice era de 32% e, em fevereiro daquele ano, de 15%. Em abril de 2013, tanto a saúde quanto a violência eram vistos por 19% da população como o maior problema.

A insatisfaç­ão com a saúde é maior entre os mais pobres (41%) e menor entre os mais ricos (24%).

Na mais recente pesquisa Datafolha, a violência ocupa o segundo lugar, com 14%.

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