43 réus e 716 vítimas, das quais 279 estão desaparecidas. O julgamento começou em dezembro de 2012.
Com a condenação de 28 pessoas à prisão perpétua e de outras dez a penas mais leves, a Justiça argentina reconheceu pela primeira vez, nesta quinta (25) que foram cometidos crimes contra a humanidade na democracia.
Segundo a decisão do caso “La Perla”, houve atos de violência e bebês foram roubados de forma sistemática antes do golpe militar de 1976.
Dois anos antes, em Córdoba, a polícia tirou do poder o governador e desencadeou uma onda de violência contra militantes que reagiram.
“La Perla” —“a pérola”, nome do principal centro de detenção clandestino da província— foi a última grande ação judicial por crimes de lesa-humanidade do país.
Esses processos gigantes foram impulsionados pelos ex-presidentes Néstor (200307) e Cristina Kirchner (200715) e defendidos pelas testemunhas para que elas não precisassem comparecer a dezenas de julgamentos em diferentes datas e locais.
O caso “La Perla” envolvia VEREDICTO TARDIO Filha de um desaparecido listado como vítima no processo, Silvia Di Toffino, 44, disse à Folha que a sentença lhe dá a sensação de que é possível viver em uma sociedade com direitos. “Lamentavelmente, o resultado chega 40 anos após os crimes.”
Para Emiliano Salguero, 40, sobrinho de uma vítima de sequestro pelo Estado em 1975 e filho de um sobrevivente do centro clandestino de Córdoba, o processo era um compromisso que sua família tinha com desaparecidos.
Com 10 mil pessoas, Salguero acompanhou o sentenciamento por um telão diante