Folha de S.Paulo

Homicídio para de cair em SP após 10 meses

Estado teve alta de 4% no número de vítimas de assassinat­os na comparação entre julho de 2015 e 2016, segundo balanço

-

Pelo sexto mês seguido, roubos também tiveram aumento no Estado; capital teve 1% menos vítimas de homicídio FOLHA

O total de vítimas de homicídio teve um leve cresciment­o em São Paulo em julho, após dez meses consecutiv­os de queda —302 pessoas foram assassinad­as no Estado no último mês. O número é 4% superior ao de julho de 2015, quando 291 pessoas foram vítimas de homicídios dolosos.

O último aumento havia sido em agosto do ano passado. Já na capital, os homicídios dolosos tiveram queda de 1%. O número de vítimas caiu de 75, em julho do ano passado, para 74 mortos no mesmo mês deste ano.

Segundo o secretário da Segurança, Mágino Alves Barbosa Filho, esse aumento não representa uma tendência, já que no acumulado dos sete primeiros meses deste ano ainda há queda de 10%, quando comparado ao mesmo período de 2015. Foram 2.087 vítimas entre janeiro e julho deste ano, contra 2.326 mortos no mesmo período de 2015.

“O Estado de São Paulo continua liderando a queda no número de homicídios no país. A política criminal em relação ao combate ao crime homicídio é, realmente, exitosa e deve prevalecer”, disse.

A quantidade de registros de roubo também apresentou aumento, comparando julho deste ano com o de 2015, e chega ao sexto mês seguido de alta —a décima em 12 meses. O aumento foi de 5% em sete meses e de 1,7% em julho.

Sobre o aumento do número de crimes patrimonia­is, como roubos e latrocínio­s, o secretário disse que a situação do país interfere diretament­e nesses dados. “É um fenômeno que a gente tem observado ao longo desse período. A explicação, no primeiro momento, é essa”, disse.

Em junho, quando o secretário também ligou a alta de roubos à crise econômica, especialis­tas em segurança pública ouvidos pela Folha contestara­m a declaração. Guaracy Mingardi, analista criminal, afirmou, à época, que a hipótese não se confirmava em curto prazo.

“Pode ter alguma influência, mas não explica. Um sujeito que tem 30 anos e está sem emprego não muda a atitude dele assim”, disse.

Houve ainda alta de casos de latrocínio (roubo seguido de morte) no mês de julho no Estado. Foram 35 casos (com 36 vítimas) neste mês em 2016, contra 25 no mesmo mês do ano passado (com 26 mortes). (ROGÉRIO PAGNAN E LUISA LEITE)

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil