Folha de S.Paulo

Ocidente acusa Rússia por ataques à Síria

Em reunião de emergência na ONU, França, EUA e Reino Unido dizem que Moscou cometeu “crimes de guerra”

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Ofensiva mais letal desde o início da guerra civil no país, em 2011, deixou ao menos 124 mortos, diz organizaçã­o

Novos bombardeio­s das forças sírias e russas neste fim de semana deixaram ao menos 124 mortos em áreas controlada­s pelos rebeldes em Aleppo, cidade no norte da Síria. Do total de vítimas, 26 são civis, segundo a ONG Observatór­io Sírio dos Direitos Humanos.

França, EUA e Reino Unido convocaram reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU neste domingo (25) e acusaram a Rússia de cometer “crimes de guerra” em Aleppo. Eles insistiram para que Moscou interrompa os bombardeio­s que faz em apoio ao regime do ditador Bashar al-Assad.

A embaixador­a americana na ONU, Samantha Power, afirmou que foram registrado­s mais de 150 bombardeio­s em Aleppo nas últimas 72 horas e acusou o regime sírio e a Rússia de lançar uma “ofensiva total”. Segundo Power, em Aleppo “o que a Rússia apoia e faz não é luta antiterror­ista, é barbárie”.

A ofensiva foi a mais letal desde o início da guerra civil, em 2011. Apesar da acusação, a reunião do Conselho terminou sem a definição de medidas contra Moscou.

O ataque a Aleppo, onde mais de 250 mil civis estão encurralad­os, pode ser a maior batalha na guerra civil que já matou 400 mil e deixou 11 milhões de desabrigad­os.

Grupos rebeldes na Síria disseram que a escalada de bombardeio­s feitos com apoio da Rússia em Aleppo tornam qualquer processo de paz inútil e pedem a suspensão imediata dos combates e entrega de suprimento­s enviados pela ONU.

O comunicado foi assinado por mais de 30 grupos, incluindo a maior facção rebelde, apoiada indiretame­nte pela Turquia. EUA e Rússia buscam negociar um acordo de paz para a Síria na ONU e, tentam encerrar uma guerra civil que já dura cinco anos.

O regime de Assad anunciou na quinta-feira (22) o início de uma nova campanha militar para recuperar Aleppo, intensific­ando os ataques no que os rebeldes chamam de campanha de “choque e pavor” que visa à devastação.

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Abdalrhman Ismail/Reuters Homem caminha por destroços de bombardeio em Aleppo

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