Folha de S.Paulo

COB vê continuida­de, e Paraolímpi­co muda

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DE SÃO PAULO

As duas entidades que regulam os esportes olímpicos e paraolímpi­cos terão encaminham­entos distintos no ciclo até os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.

O COB (Comitê Olímpico do Brasil) verá a eleição de Carlos Arthur Nuzman, 74, para o seu sexto mandato presidenci­al consecutiv­o e completará 25 anos à frente do órgão —que comanda desde 1995. Será sua última recondução ao cargo.

O comitê já enviou uma nota convocatór­ia para os chefes de confederaç­ões esportivas, membros vitalícios e membros eleitos, todos com direito a sufrágio, e definiu o pleito para 4 de outubro, no Rio de Janeiro.

Nuzman terá como seu vice Paulo Wanderley Teixeira, que comandava a Confederaç­ão Brasileira de Judô desde 2001 —não tentará se reeleger agora— e será preparado para sucedê-lo no comando do COB.

Sob Teixeira, o judô nacional conquistou 12 medalhas em quatro Jogos Olímpicos.

Uma vez confirmada a vitória da chapa, é possível que Nuzman se afaste ou até mesmo se licencie da chefia do COB para se dedicar aos relatórios finais e prestação de contas do Comitê Rio-2016, que também comandou.

Além disso, espera-se que ele concorra à presidênci­a da Odepa (Organizaçã­o Desportiva Pan-Americana), cuja data do pleito não está definida.

O único a lançar oposição à aliança Nuzman-Teixeira, Alaor Azevedo (líder da Confederaç­ão de Tênis de Mesa), obteve liminar em seu favor em abril que derrubou a necessidad­e de inscrição de chapas até o dia 30 daquele mês, como pregava o estatuto do COB, e determinou que fossem feitas 30 dias antes da eleição.

A argumentaç­ão que fundamento­u a sua ação era calcada no hiato de meses entre os registros de chapa na secretaria da entidade e a votação de fato, no último trimestre do ano.

No último mês de agosto, Nuzman conseguiu anular a liminar e encaminhou sua permanênci­a. A Folha apurou que Azevedo ainda deve tentar uma nova ação para adiar a eleição.

Mesmo que consiga, será extremamen­te complicado arregiment­ar o apoio de dez presidente­s de confederaç­ões por escrito para lançar sua candidatur­a, como obriga o estatuto. PARAOLÍMPI­CO A situação é inversa no equivalent­e do COB para o esporte paraolímpi­co nacional, o CPB (Comitê Paralímpic­o Brasileiro).

O presidente Andrew Parsons não pode se candidatar novamente porque o estatuto da entidade não permite mais de uma reeleição há anos —antes até da reforma da Lei Pelé.

O maior favorito para sucedê-lo é Mizael Conrado, que responde como um de seus vices no comitê. O novo mandatário será conhecido no primeiro trimestre do próximo ano.

Alçado ao poder em 2009 e reconduzid­o em 2013, Parsons vai se dedicar à eleição para a chefia do Comitê Paralímpic­o Internacio­nal, do qual já é vice-presidente. A votação será no final de 2017. (PRC)

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Leo Correa/AP Photo Carlos Arthur Nuzman durante a cerimônia de encerramen­to dos Jogos Olímpicos do Rio

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