Crise acelera volta dos empregos sem carteira assinada
Atuação informal na construção civil dispara 11% do 1º para o 2º trimestre; alta no serviço doméstico foi de 3,4%
Levantamento do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostra que entre o primeiro e o segundo trimestre de 2016 foram cortadas 225,7 mil vagas com carteira assinada e 259 mil pessoas deixaram de trabalhar por conta própria.
Já no setor informal houve uma expansão de 668 mil postos, situação que diminui o poder de compra das famílias pois os rendimentos são, em média, 40% inferiores.
“As pessoas estavam se virando sozinhas, tentando formar seu próprio negócio. Mas neste ano essa alternativa se esgotou”, diz Fernando de Holanda Barbosa Filho, economista da FGV-Rio.
Um dos setores com maior elevação na informalidade foi o da construção civil, um dos mais afetados pela crise.
Do primeiro para o segundo trimestre deste ano, as vagas formais caíram 4,2% e as informais subiram 10,7%.
Dinâmica similar se viu na categoria dos trabalhadores domésticos, com queda de 4,6% nos contratados com a carteira assinada e aumento de 3,4% nos que exercem informalmente a função.
A expansão da informalidade, além de inibir o consumo —um dos principais motores da atividade econômica—, afeta as receitas do governo, já que as contribuições à Previdência também diminuem.