Folha de S.Paulo

Megaoperaç­ão marcará funeral de Peres

Milhares de soldados farão segurança na despedida do ex-premiê israelense, que terá mais de 80 líderes mundiais

- DANIELA KRESCH

Entre os confirmado­s estão Obama, Merkel e Hollande; Temer não comparecer­á e será representa­do por Serra EM TEL AVIV

Um dos maiores esquemas de segurança da história de Israel foi montado para o velório, nesta quinta (29), e o funeral, nesta sexta (30), do expresiden­te, ex-premiê de Israel e Nobel da Paz Shimon Peres, morto na quarta (28), aos 93 anos.

A operação será a maior desde o enterro do ex-premiê Yitzhak Rabin, assassinad­o em novembro de 1995, e contará com milhares de policiais, soldados e agentes do serviço secreto (Shin Bet).

O primeiro desafio será o velório, marcado para esta quinta no Knesset, o Parlamento em Jerusalém, onde Peres atuou por quase meio século. A expectativ­a é que milhares de pessoas façam fila para prestar homenagens ao líder, último da geração dos fundadores de Israel e que se tornou um dos estadistas mais queridos do país.

O segundo e mais complicado evento será o enterro, nesta sexta. Mais de 80 autoridade­s internacio­nais já confirmara­m presença no cemitério do Monte Herzl, onde estão enterrados os principais nomes da política do país, incluindo Rabin e os também ex-premiês Golda Meir (18981978) e David Ben-Gurion (1886-1973). Peres será enterrado ao lado de Rabin.

Entre os principais líderes que confirmara­m presença estão Barack Obama (EUA), Angela Merkel (Alemanha) e François Hollande (França). O presidente Michel Temer não vai à cerimônia e será representa­do pelo chanceler José Serra, que viajaria na noite de quarta (28) para Israel.

“Enfrentamo­s um evento complexo que requer coordenaçã­o extraordin­ária”, disse a ministra da Cultura, Miri Regev, que chefia o comitê de cerimônias oficiais. ÁRABES Das prováveis ausências, a mais notável deverá ser a do presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas. Ele enviou uma carta de condolênci­as à família de Peres expressand­o tristeza, mas não emitiu nota oficial sobre a morte do líder israelense.

Nenhum outro governante do mundo árabe-muçulmano emitiu comunicado lamentando a morte.

Peres ganhou o Nobel da Paz de 1994 pelos Acordos de Oslo (1993), maior tentativa até hoje de solução do conflito entre israelense­s e palestinos. Até os lideres de Jordânia e Egito, os únicos países do Oriente Médio que firmaram acordos de paz com Israel, não se pronunciar­am.

Já o grupo islâmico palestino Hamas, que controla a faixa de Gaza, não escondeu a satisfação. “O povo palestino está feliz com partida desse criminoso envolvido no derramamen­to de sangue dos palestinos”, disse o

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Gali Tibbon/AFP Mulher observa retrato de Peres em mesa diante da residência presidenci­al, em Jerusalém

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