Folha de S.Paulo

Consórcio diz que governo mudou projeto

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DO RIO

O consórcio que administra o Maracanã alegou que não pagou a taxa de outorga do Maracanã “diante da mudança unilateral do projeto”.

Depois de vencida a licitação, o governo proibiu a derrubada do parque aquático e da pista de atletismo. De acordo com o grupo, a outorga “refere-se ao uso da área pública na qual seria construído o Complexo Maracanã”.

Segundo a empresa, “a outorga entrou no contexto do diálogo com o poder concedente diante da necessidad­e do reequilíbr­io econômico-financeiro do contrato”.

“Com a mudança por parte do poder concedente, a concession­ária ficou impedida de obter receitas com restaurant­es, lojas, estacionam­entos e museu”, alega.

Segundo o consórcio, o prejuízo acumulado até 2015 na operação do Maracanã foi de mais de R$ 173 milhões.

Em 2013, a perda foi de R$ 48 milhões. No ano seguinte, de R$ 77 milhões e, em 2015, de R$ 47 milhões. É comum as concession­árias amargarem prejuízos nos primeiros anos em privatizaç­ões.

“O Estado, em contrapart­ida, deixou de absorver o prejuízo que já era histórico e passou a ter receitas como impostos e tarifas, como a conta de água”, diz o grupo.

O consórcio afirma ainda que o objetivo da concessão nem sempre é gerar receitas ao poder concedente.

“Muitas vezes as concessões são realizadas para diminuir os prejuízos aos cofres públicos. No caso dos estádios, as arenas de Brasília, Manaus e Campo Grande, por exemplo, dão grande prejuízos ao Poder Público.” (SR)

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