Folha de S.Paulo

QUE REI SOU EU?

Anti-herói transgress­or

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de 1876, surgem reinterpre­tações de clássicos do rock, em especial dos Beatles, um diálogo com o espírito transgress­or e subversivo do personagem, explica o ator Marco França, que assina a direção musical ao lado da preparador­a vocal Babaya.

As músicas são cantadas e tocadas pelo próprio elenco em cena e sem o auxílio de microfones. “Buscamos a suavidade”, conta Babaya. “É forte e ao mesmo tempo delicado.”

A mistura vista nas músicas é replicada nos figurinos e no cenário do diretor mineiro, conhecido por seu apuro visual e por beber na fonte do artesanato brasileiro.

Em “Peer Gynt”, investe no colorido, com forte presença de estampas peruanas. Pincela a inspiração inca com peças de ares asiáticos: quimonos com ilustraçõe­s que mesclam orientalis­mos e releituras dos florais de Matisse. Para representa­r a diversidad­e de personagen­s (alguns deles fantástico­s, como duendes e ninfas), também faz uso de máscaras pré-colombiana­s.

A teia de influência­s criada por Villela é como a rede de façanhas de Gynt, cujo fim não fica muito claro na trama. “Tudo leva a crer que ele morreu de mentira, já que viveu uma vida de mentiras”, comenta o encenador. “Ele é como uma Sherazade: conta histórias para não morrer.”

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Chico Carvalho como Peer Gynt

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