Folha de S.Paulo

Cidade histórica quer estimular ecoturismo

Região conhecida pelo ciclo do ouro busca visitantes que preferem fazer trilhas a explorar percurso religioso

- MATEUS LUIZ DE SOUZA

Morros, rios e cavernas da serra de São José são o cenário perfeito para a prática de esportes de aventura

No caminho de Tiradentes (MG), atrás de anúncios de pão com linguiça, na beira da estrada, é possível avistar a serra de São José, que circunda a cidade histórica e chega até a vizinha São João del-Rei.

A região que vai dali até Mariana e Ouro Preto ficou conhecida pelo ciclo do ouro, mas há ainda um lado pouco explorado, que busca atrair visitantes interessad­os em ecoturismo ou turismo de aventura —e o ponto alto dos roteiros são as montanhas.

A trilha do Carteiro e a trilha da serra de São José passam pelos vários mirantes do local, com alturas de até 1.260 metros e uma vista em que é possível apreciar, de um lado, a cidade de Tiradentes, com a imponente matriz de Santo Antônio, e, de outro, o mar de morros a perder de vista no horizonte.

Outra caminhada é a trilha do Mangue, cujo início acontece no bairro Pacu, a 20 minutos do centro. Em meio a um sobe e desce incessante, dá para ver pedaços de Tiradentes e de São João del-Rei. Em pouco mais de meia hora, chega-se ao destino final: os mangues. PISCINAS NATURAIS Encravadas entre o morro de Santa Luzia e a serra de São José, piscinas naturais com águas cristalina­s dão o tom da paisagem —dá para mergulhar quando as temperatur­as estão mais altas.

Para fazer os passeios, é preciso ter um guia e preparo físico. As mais de duas horas de caminhada até o topo da serra são feitas em trechos íngremes. Além disso, a mata é fechada em boa parte do trajeto, com bifurcaçõe­s que podem confundir o turista, porque em muitos trechos a sinalizaçã­o é inexistent­e.

Agências oferecem os passeios, que saem a partir de R$ 80 (caminhada na trilha do Carteiro, na Uai Trip) e R$ 100 (cavalgada no Arraial do Bichinho, pela Estrada Real). MORCEGOS E ARANHAS Depois de almoçar em um dos bons restaurant­es da cidade, a parada é a gruta da Casa de Pedra, no meio do caminho entre Tiradentes e a vizinha São João del-Rei.

Os visitantes usam capacetes com luzes, que ajudam a mostrar as formações minerais do local. As paredes calcárias e pedras formam desenhos, estalagmit­es e estalactit­es, resultado de milênios de gotejament­o mineral.

A iluminação também ajuda o guia a mostrar as aranhas armadeiras (enormes, por sinal) que existem pelo caminho —mas é só não mexer com elas que não há perigo. Também é possível avistar grupos de morcegos em repouso e, às vezes, batendo as asas sobre as cabeças dos visitantes. Dica: eles ficam quietos em seus cantos se ninguém apontar a lanterna ou fizer barulho.

As visitações à gruta ocorrem aos sábados, domingos e feriados, sempre às 10h, 12h, 14h e 16h, e duram cerca de uma hora. O preço é de R$ 20 por pessoa. Algumas empresas especializ­adas oferecem serviço de rapel do lado de fora da formação rochosa.

Para encerrar a imersão na natureza, o rio Elvas tem um passeio de rafting, em botes infláveis, a 8 km de distância do centro de Tiradentes. Apesar de o trajeto ser de descida, ele não possui grandes quedas e pode ser feito até por crianças.

As cavalgadas completam o roteiro. São duas as mais famosas: a do Menino Maluquinho, que passa por duas fazendas de Tiradentes, e a do Arraial do Bichinho, cujo trajeto leva até o distrito com o mesmo nome, às margens do rio das Mortes.

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Gruta Casa de Pedra

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