Sócia da Odebrecht quer ficar no Galeão
Empresa de Cingapura e governo buscam solução para que concessão do aeroporto não seja licitada novamente
Sócia minoritária propõe trazer novos investidores, o que poderia reduzir fatia de Odebrecht e Infraero
Sócia minoritária no Aeroporto do Galeão (RJ), a Changi Airport informou ao governo que quer continuar no negócio, e a equipe do presidente Michel Temer busca uma solução para atender ao grupo de Cingapura.
O presidente da empresa, Lim Liang Song, está no Brasil em reuniões com representantes do governo apresentando possíveis soluções para que a concessão, que também tem como sócios a Odebrecht Transport e a estatal Infraero, não seja relicitada.
O aeroporto do Galeão, privatizado em 2014, está em dificuldades financeiras. Não pagou a outorga, espécie de aluguel anual pela administração, na data prevista e não conseguiu um empréstimo de longo prazo para bancar os investimentos de R$ 2 bilhões que já foram realizados.
O plano do governo é criar, via medida provisória, lei que permita que as concessionárias que não estão cumprindo com os compromissos, como o Galeão, possam sair da concessão sem receberem algumas punições mais duras previstas no contrato, como ficar impedida de entrar em novas licitações.
Nesse plano, haveria uma nova licitação e a vencedora assumiria a concessão, em novas bases, pagando dívidas já realizadas pela empresa anterior.
Nem a Changi nem a Odebrecht querem essa solução. Elas tentam renegociar o atual contrato, o que o governo não aceita. Sem essa possibilidade, a Changi oferece trazer recursos próprios e novos investidores. Mas para isso tenta conseguir solucionar o problema bancário com o BNDES, o que estaria em fase avançada de negociação, segundo a Folha apurou.
Conta a favor da empresa o fato de o governo querer atrair investidores estrangeiros para as próximas concessões, o que inclui manter a Changi, que fez a maior aposta nas concessões realizadas