Folha de S.Paulo

Queda nas ações de banco alemão agita mercado

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No lugar do diesel, a eletricida­de. Esse é o caminho escolhido pela Volkswagen para superar a crise gerada pela fraude no controle de emissões, descoberta em 2015.

No ano passado, a montadora alemã admitiu ter manipulado 11 milhões de veículos a diesel para que eles mostrassem resultados menos poluentes do que tinham de verdade.

O escândalo provocou uma queda de 20% no lucro da empresa no primeiro trimestre deste ano ante o mesmo períodode2­015.Masamontad­ora indica que quer dar a volta por cima.

O carro conceito I.D. ilustra a nova fase. O modelo estreia a plataforma de carros elétricos da empresa, chamada MEB (sigla em alemão para plataforma modular elétrica). Do porte de um carro médio, como o Golf, o I.D. antecipa uma linha de produtos que será lançada a partir de 2020.

“Nosso futuro é elétrico. Haverá desenho e plataforma exclusivos para esses modelos”, disse Herbert Diess, pre- sidente do conselho de administra­ção da Volkswagen.

De acordo com a fabricante, o novo projeto busca resolver problemas como autonomia –o protótipo pode rodar até 600 quilômetro­s com uma carga– e preço elevado de modelos elétricos. O reabasteci­mento das baterias po- de ser feito por indução, sem a necessidad­e de plugar o carro na tomada.

Com a nova plataforma, o grupo VW pretende populariza­r veículos movidos a eletricida­de e atingir o número de 1 milhão de carros com a tecnologia vendidos até 2025.

As marcas Mercedes-Benz e Smart, da também alemã Daimler, vão lançar mais de 10 modelos de carros elétricos até 2025.

Os veículos de emissão zero serão responsáve­is por entre 15% e 25% das vendas da Mercedes até lá, afirmou o presidente do grupo, Dieter Zetsche, no Salão do Automóvel de Paris.

Zetsche afirmou que a montadora se prepara para lançar carros puramente elétricos, graças a avanços na tecnologia de baterias e maior aceitação dos consumidor­es.

“Conectivid­ade, direção autônoma, compartilh­amento e sistemas elétricos, cada uma dessas quatro tendências tem o potencial de mudar nossa indústria”, disse. “A real revolução vai ser vincular as quatro tendências.”

A Daimler anunciou ainda que prepara um serviço de compartilh­amento de veículos, que permitirá que o usuário destrave as portas e ligue o carro por meio do celular. EDUARDO SODRÉ Dólar subiu mais de 1% e Ibovespa caiu 1,69%

DE SÃO PAULO

Ações do setor financeiro caíram na quinta (29) junto com as Bolsas no Brasil e nos Estados Unidos diante de preocupaçõ­es com a saúde do Deutsche Bank, o maior banco alemão. O dólar também ganhou força frente às principais moedas.

A agência Bloomberg afirmou que alguns fundos retiraram parte do dinheiro alocado na instituiçã­o. Os papéis do Deutsche Bank já vinham sofrendo após o Departamen­to de Justiça americano cobrar US$ 14 bilhões do banco para encerrar um caso referente a hipotecas.

No Brasil, o dólar comercial fechou em alta de mais de 1%. E índice Ibovespa caiu 1,69%. Os juros futuros e o CDS, indicadore­s de percepção de risco, subiram.

“O governo alemão disse que não vai socorrer o Deutsche Bank, mas é impensável deixar um banco desse porte quebrar”, diz André Perfeito, da Gradual Investimen­tos.

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Eric Piermont/AFP O carro conceito I.D, foi apresentad­o pela Volks nesta quinta (29), no Salão de Paris

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