Folha de S.Paulo

Tensão da reta final faz rivais exibirem lado mais agressivo

- RICARDO BALTHAZAR

A tensão da reta final da campanha revelou o lado mais agressivo dos candidatos que tentam chegar ao segundo turno das eleições para a Prefeitura de São Paulo.

Líder da disputa, o tucano João Doria pôs de lado o jeito de bom moço e tratou com grosseria a ex-prefeita Luiza Erundina —logo ela, a mais frágil entre os seus oponentes.

Ao responder a uma pergunta sobre seus negócios, Dória disse que tinha uma trajetória “moderna, atual e transforma­dora”, em contraste com a rival octogenári­a.

O deputado Celso Russomanno, que há uma semana perdeu o primeiro lugar nas pesquisas para Doria, exibiu uma combativid­ade surpreende­nte para quem teve sono ao vê-lo nos debates anteriores.

Assim como a ex-prefeita Marta Suplicy, Russomanno passou o tempo atacando o petista Fernando Haddad, a quem ambos acusam de trair antigas promessas e deixar inúmeras obras inacabadas.

Haddad defendeu-se dizendo repetidame­nte que os adversário­s eram “desinforma­dos” sobre a sua administra­ção e os assuntos da cidade.

Como só parece haver lugar para um dos três no segundo turno, era previsível que se tratassem assim. Nos comentário­s finais, Russomanno disse que Marta “mente descaradam­ente” sobre ele.

Perto do fim, Doria se desculpou ao ser novamente questionad­o por Erundina, dizendo que a respeita, apesar de suas discordânc­ias. Era o bom moço de volta, tentando corrigir o deslize do começo.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil