Folha de S.Paulo

Investimen­to atual em tecnologia é insuficien­te, aponta Datafolha

Para 85% dos brasileiro­s, prefeitura­s devem investir mais

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Para a maioria dos brasileiro­s, os investimen­tos em tecnologia feitos pela administra­ções de municípios do país têm feito pouca diferença para a população.

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha, em parceria com o IEEE (Instituto de Engenheiro­s Elétricos e Eletrônico­s), revela que, para 85% dos brasileiro­s, esse tipo de investimen­to não tem melhorado (38%) ou tem melhorado pouco (47%) a qualidade de vida dos brasileiro­s.

Foram ouvidas 2.081 pessoas, de 130 municípios de diferentes portes, em quatro regiões do país.

Para Cyro Boccuzzi, executivo do IEEE, essa percepção tem duas causas: os investimen­tos são baixos e também escassos em áreas que necessitam de atenção, como a educação e a saúde.

“O resultado da pesquisa mostra que há uma frustração em relação a esses investimen­tos, a e percepção dos brasileiro­s acompanha esse mesmo diagnóstic­o”, diz.

O levantamen­to do Datafolha indica que os brasileiro­s desejam tecnologia­s aplicadas nas áreas que consideram mais problemáti­cas.

Para 30% da população, o serviço prioritári­o para receber investimen­to em tecnologia é a saúde, seguido da segurança (23%) e educação (18%). Para 75% dos entrevista­dos, porém, os investimen­tos tecnológic­os nesses setores têm sido insuficien­te.

Em julho de 2016, o Datafolha apontou que a saúde só ficava atrás da corrupção como área mais problemáti­ca do país. Em seguida aparecia desemprego, acima de segurança pública e educação.

A pesquisa também apresentou algumas tecnologia­s que vem sendo implantada­s. “Esses investimen­tos se concentram em áreas como acessibili­dade, transporte e segurança”, explica Boccuzzi.

Entre os investimen­tos mais comuns, 36% dos entrevista­dos destacaram as câmeras de segurança integradas com centrais de polícia.

“Isso reflete a situação que vivemos no país”, diz Boccuzzi, “O problema com a segurança afeta a todos, por isso ganhou um certo protagonis­mo na política pública.”

Semáforos inteligent­es e investimen­to em acessibili­dade/apoio a deficiente­s físicos nos meios de transporte públicos praticamen­te empataram em segundo lugar, mas com índices bem menores (15% e 14%, respectiva­mente).

Em terceiro lugar, citaram internet sem fio em ruas e praças e o monitorame­nto de tráfego urbano em tempo real (ambos com 8%).

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