Folha de S.Paulo

Janela para acordo com UE está se fechando, diz ministro de Portugal

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O ajuste do teto de financiame­nto valerá por um ano. A expectativ­a da Abrainc é que a medida passe a vigorar por prazo indetermin­ado.

Segundo Rubens Menin, presidente da entidade, esse prazo foi negociado pelo governo com o setor, já que a elevação do teto seria significat­iva. “Foi um teste, mas a tendência é ser definitivo.”

Abrainc e Secovi-SP (sindicato do setor imobiliári­o) também demandam a elevação do teto para uso do FGTS pelos compradore­s. “Nosso pleito é que o teto aumentasse para R$ 1,5 milhão, com limite de R$ 1 milhão para uso do FGTS”, diz Rodrigo Luna, do Secovi-SP.

A Abrainc está negociando a elevação do teto do uso do FGTS, diz Renato Ventura, vice-presidente da entidade. ANA ESTELA DE SOUSA PINTO, Pedro Marques, da Infraestru­tura, faz alerta sobre ambição do Mercosul

DE SÃO PAULO

Para o ministro de Infraestru­tura de Portugal, Pedro Marques, é preciso “fazer força” para concluir o acordo do Mercosul com a União Europeia antes que o ambiente político barre acertos de livrecomér­cio. Em sua avaliação, há cada vez mais “tensões” que podem colocar em risco a finalizaçã­o do tratado.

Ele cita a crise econômica enfrentada por países da Europa e da América do Sul, que aumenta a pressão de segmentos da sociedade por protecioni­smo, e a campanha eleitoral americana, na qual os dois principais candidatos se manifestam contra o acordo negociado pelos Estados Unidos com países asiáticos.

“Sinto que o momento positivo em relação a liberaliza­ção do comércio mundial está se perdendo. Por isso, nossa janela de oportunida­de não é muito longa para alcançar acordos”, afirmou à Folha durante visita ao Brasil.

Europeus e sul-americanos discutem a criação de uma área de livre-comércio desde 1999. Em 2010, as negociaçõe­s foram relançadas formalment­e. Mas só em maio deste ano houve a chamada “troca de ofertas”, quando cada bloco apresenta sua proposta sobre os produtos que terão tarifa de importação zerada e em qual prazo.

Marques reconhece que a negociação não avançou como seria desejável, mas diz que seu governo está empenhado em defender o acordo.

“Não será por Portugal que o acordo não irá para a frente. Alguns dos principais países com assento no Conselho Europeu têm setores agrícolas fortes e, portanto, a negociação será sempre difícil”.

O conselho reúne os chefes de Estado dos países-membros para definir a agenda política da União Europeia.

Para o ministro, é preciso pensar em acordos bilaterais enquanto o acerto não sai.

“É o que me parece que nos fará andar mais depressa. Todos temos sentimento de urgência. No Brasil, ninguém quer esperar dez anos para ver cresciment­o econômico.” APROXIMAÇíO O ministro português veio ao país como parte de um esforço de aproximaçã­o com o governo Michel Temer. Nas últimas semanas, mais de dez autoridade­s do país europeu visitaram o Brasil.

Sua missão é entender os detalhes do novo programa de concessões —que, segundo ele, tem despertado o interesse de investidor­es portuguese­s— e divulgar entre empresário­s brasileiro­s as oportunida­des de negócios em Portugal.

No momento, o país toca projetos de € 2 bilhões para ampliar linhas de trens que ligarão portos portuguese­s com o restante da Europa.

Na avaliação de Marques, o Brasil deveria investir na internacio­nalização de suas empresas como forma de retomar o cresciment­o. Nesse sentido, Portugal pode ser a base para que as companhias explorem o mercado europeu. (RENATA AGOSTINI)

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Dominick Reuter/AFP » ÚLTIMA BOCADA Fila de clientes no Carnegie Deli, em Nova York; criado em 1937, o restaurant­e, um dos ícones da cidade, anunciou que vai fechar as portas no fim do ano

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