Zona oeste tem sofá em canteiro central e praça com matagal
Moradores reclamam de demora para corte de grama e acabam fazendo serviço; mato ocupa praças e terrenos
Comércio irregular aumentou nas ruas; futuro administrador da Sé diz que vai intensificar fiscalização
O mato cresce no terreno e toma todo o encontro entre as ruas Adriano Teodósio Serra e Ary Ariovaldo Eboli, na Vila Gomes, região do Butantã (zona oeste). Todo mês é assim, segundo os moradores, que veem no matagal motivo de insegurança.
A mata também avança numa praça da rua, onde ficam equipamentos de ginástica e um parquinho.
A dona de casa Marlene Santana, 73, conta que até alguns anos atrás ela mesma cuidava do jardim da praça.
“Hoje nós temos um vizinho que corta o mato de vez em quando, porque não é sempre que a prefeitura vem. Eu mesma limpava o jardim e jogava água nas plantas, mas agora não tenho mais condições de ficar limpando sempre”, disse Marlene.
Outro problema é a poda de árvores, diz ela. “Demora muito para acontecer. A gente tem medo em dia de chuva, cai galho em cima de carro, é terrível”, afirmou.
Marlene afirma que, para poda, os atendentes da prefeitura já deram prazo de 40 dias para atendimento. “Já teve vezes que eu fui pessoalmente para pedir”, disse ela.
Perto dali, o mato também ocupava a avenida Corifeu de Azevedo Marques, onde um sofá velho adornava o canteiro central. A Subprefeitura do Butantã informou que os serviços de manutenção nesses pontos estão programados para este mês de dezembro.
Com relação ao terreno municipal e à praça, a limpeza também será incluída na programação do mês.
As reclamações a respeito de jardinagem na cidade passaram de 1.314, em 2014, para 1.632, em 2015, aumento de 24%. De janeiro a setembro deste ano, foram 1.415, variação de 7% em relação ao mesmo período de 2015.
A reportagem também ouviu muitas queixas relativas a buracos nas ruas, entulho e pichações. Apresentados na última semana, os futuros prefeitos regionais escolhidos por João Doria (PSDB) prometem que a zeladoria será prioridade. AMBULANTES A alta do desemprego fez crescer o número de camelôs nas ruas de comércio popular da cidade, como 25 de Março, Brás (região central) e Lapa (zona oeste).
O futuro prefeito regional da Sé, Eduardo Odloak promete uma ofensiva contra o comércio ambulante. “Eu acredito que a calçada tem que estar livre para o pedestre e, portanto, qualquer ocupação irregular tem que ser removida”, disse ele, que como subprefeito da Mooca da gestão Kassab (PSD) adotou linha-dura em relação a camelôs.
Para reduzir os pontos de comércio ilegal, Kassab apostou na Operação Delegada, o “bico oficial”, no qual PMs recebem da prefeitura para apreender mercadoria ilegal e coibir camelôs. A gestão Haddad reduziu o número de policiais nesse esquema. PROCESSOS A Folha circulou pelas subprefeituras, onde a população busca atendimento para serviços que vão de questões de zeladoria a autorização para obras.
As subprefeituras dão autorizações para obras e reformas nos imóveis de pequeno e médio porte. Na fila, há milhares de processos, muitos correm há mais de 10 anos.
Há 12 anos, a comerciante Nazaré Figueiredo, 72, espera pela finalização de um processo de anistia. “Quando dei entrada, a prefeita ainda era a Marta Suplicy. Faz só um ano e meio que me chamaram e começou a andar o processo”, diz ela.
O sistema de licenciamento eletrônico foi implantado no fim de 2012 e o processo foi agilizado. Porém, ainda há 13.141 processos físicos e outros 9.775 eletrônicos em análise.(ARTUR RODRIGUES E GIBA BERGAMIM JR.)