OUTRO LADO EMPREITEIRA NÃO COMENTA O ACORDO
O grupo Odebrecht não comenta seu acordo de leniência com as autoridades de Brasil, Estados Unidos e Suíça. A empresa apenas tem reafirmado seu compromisso de colaborar com a Justiça destes países. A empresa diz ainda que está implantando as melhores práticas de compliance (medidas anticorrupção), baseadas na ética, transparência e integridade. rio da empresa informou que um outro político do Congresso Nacional, sem citar seu nome, também merecia receber dinheiro pela atuação a favor do projeto.
Em delação premiada ao Ministério Público brasileiro, o ex-vice-presidente de relações institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho disse ter pago R$ 4 milhões a Romero Jucá (PMDB-RR) para aprovação de uma lei que ajudava a resolver conflitos de impostos.
O ex-executivo contou ainda que o hoje ex-senador e delator Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) recebeu R$ 500 mil por ter reclamado, depois da aprovação da lei, que não havia recebido a devida “atenção” pelos serviços prestados. Amaral foi o relator do projeto.
Em outra parte do documento, os americanos contam que a Odebrecht pagou propina para integrar um consórcio de um projeto de transporte no Brasil, não identificado.
De acordo com os EUA, a empresa pagou um agente público, denominado servidor número 4, em troca de sua ajuda para fazer parte da construção.
Neste caso, o DOJ identifica o agente 4 como um membro do alto escalão do governo, com mandato em curso.
Os pagamentos a ele e outros agentes públicos relacionados ao tema, no valor de mais de US$ 20 milhões, cerca de R$ 66,6 milhões, aconteceram entre 2010 e 2014. A Odebrecht lucrou aproximadamente U$S 184 milhões (R$ 613 milhões) com o negócio.
A Odebrecht e a Braskem não têm se manifestado sobre o conteúdo das delações premiadas e acordos de leniência firmados.