Temer diz ter apoio maciço no Congresso e elogia PSDB
Presidente entregou moradias ao lado de Alckmin em Mogi das Cruzes
DE SÃO PAULO - O cardeal dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo, morto na última quarta-feira (14) aos 95 anos, foi homenageado nesta quarta (21) em missa na Catedral da Sé, no centro da cidade.
A cerimônia, realizada por dom Odilo Scherer, atual arcebispo metropolitano, encerrou ciclo de uma semana de homenagens ao religioso, ícone progressista da Igreja, conhecido por enfrentar a ditadura mili- tar no Brasil.
O velório de dom Paulo, arcebispo da cidade de 1970 a 1998, durou dois dias e lotou a catedral de fiéis e militantes durante a celebração da missa final, na tarde de sexta (16).
O cardeal foi enterrado na própria cripta da Sé, localizada sob o altar central. O local, onde estão enterrados outros dois arcebispos da cidade, é aberto à visitação do público durante a semana.
Ambos voltaram a falar de união e pacificação; peemedebista disse que críticas de políticos da base são ‘episódicas’
O presidente Michel Temer esteve em Mogi das Cruzes (SP) nesta quarta-feira (21) para inaugurar unidades do programa Minha Casa, Minha Vida ao lado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), com quem trocou elogios.
Questionado por jornalistas sobre uma eventual perda de apoio de partidos da base, como o PSDB, Temer respondeu enaltecendo sua relação com o Congresso.
“Francamente, toda a modéstia de lado, desde a Constituição de 1988 ninguém conseguiu apresentar as propostas que nós apresentamos. O teto dos gastos é uma coisa problemática e nós conseguimos aprovar [a PEC] com uma maioria significativa. E isso, evidentemente, com apoio de outros partidos e em particular do PSDB, que tem nos dado um apoio extraordinário.”
Nesta terça (20), o senador Cássio Cunha Lima (PSDBPB) declarou a uma rádio de João Pessoa que Temer poderá ter “dificuldade” para concluir o mandato, e falou em novas eleições. Ao comentar essas declarações, o peemedebista disse que tem “apoio maciço” do Congresso.
“Se nós não estivermos habituados a falas dessa natureza, nós não conseguimos governar. Nós temos que passar adiante”, afirmou.
Lima não foi o primeiro político da base a sinalizar um descontentamento com o atual governo. Na semana passada, o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) afirmou que não se pode ter medo de antecipar o processo eleitoral.
No evento em Mogi, Temer destacou ainda a ajuda que tem recebido do PSDB para a tramitação de sua proposta de reforma da Previdência. Ele ressaltou que os tucanos comandam três ministérios em sua gestão e brincou que só não levantaria a mão de Alckmin, num gesto de vitória, porque não pegaria bem.
O presidente esteve em Mogi das Cruzes para entregar 420 moradias do programa Minha Casa, Minha Vida, que tiveram investimento de R$ 37,3 milhões do governo federal e de R$ 5,4 milhões do governo de São Paulo. As obras foram iniciadas em 2014, no governo Dilma Rousseff.
Em seu discurso, Alckmin adotou um tom de “pacificação” na linha de Temer. “Eu queria falar ao presidente que no Brasil de hoje não há mais espaço para nós contra eles. O Brasil de hoje tem de ser de nós, cidadãos brasileiros, que estamos aprendendo com esta dura crise e que certamente fará com que o Brasil seja melhor”, declarou o tucano.
“E conte conosco para todas as medidas para a retomada do emprego, para a retomada daquilo que interessa, que é a renda da população”, continuou Alckmin.
Temer seguiu na mesma toada: “Eu, ao longo do tempo, tenho pregado exatamente a pacificação do nosso país”.