O turbilhão político também envolve a prefeitura. Foz
Os novatos tiveram 24 horas para analisar quase 200 páginas da LOA 2017 (Lei Orçamentária Anual).
A peça foi aprovada por unanimidade, em primeira e segunda votações, sem qualquer mudança ou destaques.
Também votaram os únicos três parlamentares que não foram detidos pela PF, além do vereador Zé Carlos (PMN) —que, como Beni, foi preso e depois solto.
Como o presidente da Casa, Fernando Duso (PT), ainda está preso, coube a Beni, vice, presidir a votação.
Um dos poucos a fazer uso da tribuna foi Dilto Vitorassi (PV), um dos três não detidos pela PF. “A cidade está atabalhoada. Uma crise sem precedentes”, lamentou.
O advogado do vereador Zé Carlos, Carlos Augusto Crema, diz que seu cliente nega veementemente o recebimento de mensalinho.
“Ele cumpriu a prisão temporária a fim de não comprometer a investigação judicial e depois retornou ao Legislativo. Não existem provas materiais da acusação”, afirmou o defensor.
A reportagem não localizou a defesa de Beni. SEM PREFEITO não sabe quem assumirá o Executivo em janeiro.
Isso porque o candidato mais votado na última eleição, Paulo Mac Donald Ghisi (PDT), foi julgado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral no último dia 13.
Por quatro votos a três, o TSE manteve a impugnação da candidatura em virtude de condenações do ex-prefeito por improbidade administrativa e determinou a realização de novas eleições.
O TSE determinou que o tribunal regional defina a data do novo pleito (ainda não marcado). Paralelamente à convocação de nova eleição, Ghisi entrou com recurso extraordinário para validar sua votação.
Em julho, o prefeito Reni Pereira (PSB) e vários secretários foram presos na Operação Pecúlio, da PF, que apura fraudes em licitações.
Pereira foi solto no fim de outubro, mas continua afastado do cargo. A vice, Ivone Barofaldi (PSDB), é a prefeita interina.
A prisão dos vereadores embaralhou o comando de Foz do Iguaçu.
Isso porque se a decisão de Ghisi não tomar posse for mantida no TSE, apesar do recurso movido por ele, quem assumirá a prefeitura em 1º de janeiro de 2017 é o presidente da Câmara, que ainda será escolhido entre os novos vereadores. Dos 15 vereadores que venceram as eleições, seis foram reeleitos —e, depois, presos pela PF.