Folha de S.Paulo

Árvore de Natal ‘feia’ vira motivo de piada entre canadenses em Montréal

- DO “THE NEW YORK TIMES”, EM MONTRÉAL

A ideia era comemorar o próximo 375º aniversári­o de Montréal com uma árvore de Natal maior e mais imponente que a famosa montada anualmente no Rockefelle­r Center, em Nova York. Mas a cidade canadense acabou com algo bem diferente.

“É meio chocante”, disse Noor Malick, que tem uma visão da árvore da janela de seu escritório. “É horrível, completame­nte medonha”, disse Georges Malouin, que passava pela feira natalina ao ar livre onde a árvore está exposta. “Estou tão surpreso. Eu a vi na internet, mas agora, ao vivo, parece muito... barata.”

Mélanie Joly, ministra do Patrimônio, que, entre outras coisas, supervisio­na as decorações oficiais de fim de ano em Ottawa, disse numa rede social que amou a árvore, mas pôs um emoji (símbolo usado em conversas online) piscando um dos olhos.

A árvore é recoberta de triângulos invertidos de plástico vermelho encimados por folhas de bordo verdes —o logotipo da rede de lojas Canadian Tire, que forneceu suas luzes brancas.

“Tínhamos boas intenções”, disse Jean-David Pelletier, um dos diretores da Sapin MTL, a empresa que apresentou a ideia de rivalizar com a árvore de Nova York. “Mas a estrada para o inferno é calçada de boas intenções, e tivemos problemas.”

A Sapin atua no setor de entregas em domicílio de árvores de Natal de tamanho normal, e propôs o grande exemplar como atração promociona­l. A empresa tinha em mente uma árvore mais bem formada, majestosa. Pesquisou-se a altura típica das árvores do Rockefelle­r Center —de 22,2 m a 22,8 m. Em Ontário, foi encontrada uma de 23,4 m que Pelletier descreveu como “incrível”.

Mas sua pequena vantagem em altura desaparece­u em novembro, quando o Rockefelle­r Center anunciou que sua árvore de 2016 seria um pinheiro da Noruega, de 28,2 metros. Pelletier e seus sócios tinham menos de um mês para encontrar uma nova adversária mais alta.

O abeto-do-Canadá que escolheram media 26,4m, menos que o de Nova York. O irmão de Pelletier, Philippe, disse que eles simplesmen­te pegaram a árvore mais alta que puderam encontrar.

E não havia tempo ou dinheiro para lhe dar o tratamento de beleza que a de Nova York recebe; os operários só puderam recolocar, às vezes de maneira muito evidente, alguns galhos maiores que se quebraram no transporte.

 ?? Ian Austen/The New York Times ?? Pedestres circulam ao redor da árvore de Natal de Montréal
Ian Austen/The New York Times Pedestres circulam ao redor da árvore de Natal de Montréal

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