De bolo falso a reparo na roupa de Betty Faria
A influência veio dos filhos e dos netos, mas a dedicação era mesmo de dona Lucíola quando começou a produzir filmes perto dos 60 e só parou mais de 20 anos depois, já por causa de limitações da idade.
Foi o sonho do neto que a motivou —vendeu um apartamento para bancar “Tati, a Garota”, o primeiro filme dele, Bruno Barreto, hoje famoso.
No segundo filme dele, “A Estrela Sobe”, lá estava dona Lucíola de novo. Comprou os direitos da história e repetia: “Vai ficar muito bom.”
Várias produções vieram depois com essa goiana costurando vestido para Betty Faria, fazendo bolo cinematográfico com papelão, servindo sanduíches nos bastidores e dando muitos palpites.
Determinava e cuidava de tudo, assim como já tinha feito por décadas em sua casa. Gostava das coisas do seu jeito. Quando se mudou para o Rio, definiu, antes mesmo de chegar, o refinado prédio em que moraria, a escola e cursos que os filhos frequentariam.
Para fazer “Igreja dos Oprimidos”, já aos 70 anos, viajou sozinha pela paraense Altamira e pelo Paraguai pesquisando sobre igreja da libertação e movimentos semterra. “Foi a grande produção dela”, avalia a filha, Lucy.
Trabalhou ainda em “O Quatrilho” e “O Que É Isso Companheiro”, ambos indicados ao Oscar, e frequentou festivais como os de Cannes, Veneza, Berlim, Havana. Nesse último, conheceu e encantou o ex-ditador cubano, Fidel Castro, conta a filha.
A determinação a fez definir até os detalhes de seu velório, antes de morrer no dia 3, aos 101, enquanto dormia. Deixa três filhos, nove netos, 19 bisnetos e sete tataranetos. coluna.obituario@grupofolha.com.br SHLOSHIM - CEMITÉRIO ISRAELITA DO BUTANTÃ MATZEIVA - CEMITÉRIO
VOCÊ DEVE PROCURAR OS ERVIÇO FUNERÁRIO MUNICIPAL DE SP: tel. (11) 3396-3800 e central 156 site: www.prefeitura.sp.gov.br/ servicofunerario
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