Folha de S.Paulo

Atrás do Globo de Ouro, ‘Sing’ mistura Taylor Swift e Bowie

Longa musical sobre show de calouros animal disputa o prêmio nas categorias de melhor animação e canção

- RODRIGO SALEM

Garth Jennings, famoso por videoclipe­s, dirige o filme com o animador Christophe Lourdelet, que lhe propôs o enredo FOLHA,

O diretor Garth Jennings, conhecido por assinar vídeos para o Radiohead (“Lotus Flower”), R.E.M. (“Imitation of Life”) e Pulp (“Help the Aged”) estava havia quase dez anos sem fazer um longa quando o animador Christophe Lourdelet surgiu com a ideia de uma competição de calouros com animais.

“Eu adorei, achei que certamente isso já tinha sido feito, mas não. Daí falamos sobre como gostamos de musicais nos quais os personagen­s usam a música para escapar dos problemas reais”, explica Jennings, sobre a concepção de “Sing – Quem Canta Seus Males Espanta”, que estreia hoje no Brasil.

O desenho, indicado ao Globo de Ouro de melhor animação e melhor canção (“Faith”), segue a linha quase onipresent­e do gênero em Hollywood: usar animais como personagen­s principais.

“Há modas que vêm e vão. Começamos a fazer esse filme há cinco anos, não havia essa tendência. Mas fico feliz, são grandes filmes.”

“Sing” é sobre Buster Moon, um coala (voz original de Matthew McConaughe­y) que, para salvar o teatro que seu pai lutou para comprar, decide promover um concurso de canto. O filme passa, então, a brincar com estereótip­os, com acertos e erros.

Temos Rosita, a porquinha dona de casa que canta “Shake It Off”, de Taylor Swift. O rato que se acha um Frank Sinatra. Uma porco-espinho punk-rocker. E até um gorila que tenta escapar da criminalid­ade cantando Sam Smith.

A escolha de qual animal usar veio rapidament­e, diz o cineasta, que estreou em Hollywood com o subestimad­o “O Guia do Mochileiro das Galáxias” (2005). “O mais complicado foi escolher o design de cada personagem”, diz ele. “Se você coloca animais de pé e os veste com roupas humanas, nem sempre ficam interessan­tes.”

A animação faz uma mistura de clássicos com hinos pop, todos cantados pelos atores. Abre com “Golden Slumbers”, dos Beatles, mas passa por Bowie com Queen (“Under Pressure”), Leonard Cohen (“Hallelujah”) e Elton John (“I’m Still Standing”).

A versão em inglês tem Reese Whiterspoo­n como Rosita (“Sabíamos que ela cantava por causa de ‘Johnny & June’”), que na dublagem tem a voz de Mariana Ximenes, e Scarlett Johansson (que “já tem discos”, lembra o diretor) faz a porco-espinho Ash (no Brasil, Wanessa Camargo).

Jennings diz que não precisou usar sua influência no mundo musical para conseguir os direitos de todas as canções. “Apenas pedi as músicas e conseguira­m. É o poder do cinema, acho.” DIREÇÃO Christophe Lourdelet e Garth Jennings PRODUÇÃO EUA/Reino Unido, livre QUANDO estreia nesta quinta (22)

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Divulgação Cena de ‘Sing’, que estreia hoje

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