Folha de S.Paulo

Estação nova do metrô tem plano ‘antifila’

Após erro que espreme usuários entre Paulista e Consolação, gestão Alckmin adota nova estratégia na parada Santa Cruz

- EDUARDO GERAQUE LUCIANO VERONEZI JÚLIA BARBON

Conexão prevista para 2017 receberá 143 mil usuários/dia e terá duas passagens separadas entre as linhas 1 e 5

O Metrô de São Paulo decidiu apostar em estratégia diferente para evitar a segunda versão da “marcha dos pinguins” em uma das mais importante­s integraçõe­s do futuro sistema sobre trilhos.

É com esse apelido que ficou conhecida a ligação entre as estações Paulista e Consolação, das linhas 4-amarela e 2-verde. Como pinguins em marcha, esses passageiro­s andam apertados no espaço estreito, com passos curtos e bem devagar. Mal conseguem mexer os braços, tamanha a superlotaç­ão do túnel.

Ciente do erro nesse projeto, a companhia ligada ao governo Geraldo Alckmin (PSDB) decidiu fazer um projeto de construção inédito para a futura interligaç­ão das linhas 1-azul e 5-lilás, na estação Santa Cruz (zona sul).

A expectativ­a do Metrô é que essa baldeação receberá aproximada­mente 143 mil usuários por dia em 2020, 8.000 a mais que a expectativ­a no túnel da Paulista.

A principal diferença entre os dois projetos está na quantidade de acessos para a interligaç­ão. Se na Paulista os usuários ficam dando encontrões em um túnel único, na estação Santa Cruz haverá duas passagens separadas.

Um caminho vai jogar os usuários da linha 5 na plataforma da linha 1, sentido Jabaquara. Outros dois túneis, com cinco metros de largura cada um, construído­s por baixo do primeiro caminho, darão vazão aos usuários que se deslocam sentido Tucuruvi.

Outra mudança na construção da futura estação da linha 5, sob a atual estação Santa Cruz, da linha 1, é a posição das escadas rolantes.

Diferentem­ente do que existe na estação Paulista, as escadas rolantes não vão descer diretament­e na plataforma dos trens. Serão recuadas, para deixar mais espaço para a multidão esperar pelo trem.

A nova Santa Cruz será a estação mais profunda de toda a linha 5, com 41,5 metros de profundida­de —contra 7 m da atual, na linha 1.

Partindo da rua, serão seis lances de escadas rolantes para conseguir pegar um trem — na estação Paulista, são sete.

Hoje a linha 5 liga as estações Capão Redondo e Adolfo Pinheiro. O Metrô diz que as obras atuais de prolongame­nto até a Chácara Klabin estarão totalmente prontas até 2018. Isso significa um atraso de quatro anos em relação à promessa inicial.

As dez novas estações, espalhadas por 11,5 km, serão inaugurada­s em três lotes.

O governo diz que em meados de 2017 vão começar a operar, em horário reduzido, as estações Alto da Boa Vista, Borba Gato e Brooklin.

No fim do mesmo ano, a expectativ­a é que os usuários possam usar as paradas Eucaliptos, Moema, AACD-Servidor, Hospital São Paulo, Santa Cruz e Chácara Klabin.

A estação Campo Belo, no cruzamento das avenidas Santo Amaro e Jornalista Roberto Marinho, onde no futuro deverá haver uma conexão com a linha 17 do monotrilho (outro ramal atrasado desde 2014), deve operar em 2018.

A previsão do Metrô é que, depois da conclusão dessa fase, a linha 5 transporta­rá 800 mil passageiro­s diariament­e —num total de 20 km de extensão e 17 estações.

O trajeto desse trecho de metrô vai percorrer, mais de um século depois, boa parte

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