Folha de S.Paulo

FOLHA VERÃO Santos perde tendas de praia e reduz fogos na crise

- GILMAR ALVES JR.

Cidade terá duas balsas de pirotecnia a menos

As tradiciona­is tendas de verão na praia de Santos, que começaram em 1999, não serão montadas nesta temporada pela prefeitura da cidade do litoral de São Paulo em razão da crise financeira.

A queima de fogos no Réveillon será de 16 minutos, um a menos que na última virada. E serão dez balsas para a pirotecnia, duas a menos do que no evento anterior.

Apesar do enxugament­o dos custos e do tamanho da festa deste ano, fogos aquáticos e figuras geométrica­s que lembram as muretas, que são cartão postal do município, estarão mantidos.

“O padrão de qualidade é o mesmo. A mesma empresa, o mesmo formato”, afirmou à Folha o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), tentando atenuar os impactos das mudanças para turistas e moradores de Santos.

A cidade exalta ter nesta época a segunda maior queima de fogos do Brasil, atrás somente do Rio de Janeiro.

Cinco empresas fecharam apoio financeiro à festa e, como contrapart­ida, terão suas logomarcas nos materiais de divulgação. Segundo Barbosa, a prefeitura não terá custos com o evento, assim como em anos anteriores.

O prefeito, que foi reeleito, diz que a decisão de suspender as tendas nas praias, diante da escassez de recursos, foi baseada também em estudos que apontaram baixa frequência entre as segundasfe­iras e quartas-feiras.

No futuro, na hipótese de a situação econômica melhorar, Barbosa diz que pretende voltar a implantar as tendas, mas num novo modelo.

Neste ano, sem essas estruturas nas praias, haverá como alternativ­a apresentaç­ões culturais em outros espaços de Santos, como no Emissário Submarino, na Concha Acústica e na Fonte do Sapo.

A programaçã­o terá 110 atrações que englobam música, dança, teatro, arte circense e literatura. SURPRESA A suspensão das tendas causou surpresa entre os munícipes. “Vai ser uma perda relevante”, afirma o músico Rafael Costa, 24, vocalista da banda Zimbra. Ele se apresentou em tendas nas temporadas de 2014 e 2015 e diz que elas carregavam uma bagagem cultural forte, permitindo que o público menor de idade também pudesse acompanhar os shows.

Costa afirma torcer para o novo formato projetado poder trazer a mesma interação entre artistas e público.

O gestor de marketing Felipe Corralo, 24, também ficou surpreso. “Eu frequentav­a desde muito pequeno”, recordou-se. Para Corralo, a interação entre as pessoas de diversas faixas etárias era umdosponto­sfortes. OUTRAS CIDADES A crise fez parte dos municípios da Baixada Santista a não programare­m queima de fogos ou ficarem em um cenário indefinido até agora.

A Prefeitura de Bertioga, não realizará a queima de fogos, mas condomínio­s da cidade e a unidade do Sesc irão investir no show pirotécnic­o.

Em Cubatão, Peruíbe e Guarujá ainda não havia definição sobre esse tema até esta semana. São Vicente, Praia Grande, Mongaguá e Itanhaém terão queima.

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