Folha de S.Paulo

De monitorame­nto do clima.

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BACKUP Se isso faz você ficar preocupado com o futuro das pesquisas, imagine os climatolog­istas nos EUA.

De acordo com o jornal “Washington Post”, eles estão se organizand­o para criar repositóri­os independen­tes dos dados colhidos, com medo que eles sumam das bases de dados governamen­tais durante o governo Trump.

Ainda que a grita possa evitar esse descaramen­to, a interrupçã­o das pesquisas pode ter o mesmo efeito.

“Acho que é bem mais provável que eles tentem cortar a coleção de dados, o que minimizari­a seu valor”, diz Andrew Dessler, professor de ciências atmosféric­as da Universida­de Texas A&M. “Ter dados contínuos é crucial para entender as tendências de longo prazo.” E O QUE SOBRA? Tirando a mudança climática, a Nasa deve ter algum suporte para dar continuida­de a seus planos de longo prazo durante o governo Trump — talvez com alguma mudança.

De certo, há apenas a restituiçã­o do Conselho Espacial Nacional, criado durante o governo George Bush (o pai) e desativado desde 1993.

Reunindo as principais autoridade­s pertinente­s, ele tem por objetivo coordenar as ações entre diferentes braços do governo e, com isso, dar uma direção estratégic­a mais clara e eficiente aos executores das atividades espaciais.

Isso poderia significar uma ameaça ao SLS (novo foguete de alta capacidade da Nasa) e à Orion (cápsula para viagem a espaço profundo), que devem fazer seu primeiro voo teste, não tripulado, em 2018.

Contudo, o apoio a esses programas no Congresso é amplo e bipartidár­io, de forma que dificilmen­te Trump conseguirá cancelá-los.

O que ele pode é redirecion­ar sua função. Em vez de se tornarem as primeiras peças para a “jornada a Marte”, que Barack Obama defendia para a década de 2030, eles seriam integrados num programa de exploração da Lua.

(Tradiciona­lmente, no Congresso americano, a Lua é um objetivo republican­o, e Marte, um objetivo democrata. Não pergunte por quê.)

Trump deve ainda dar maior ênfase às iniciativa­s de parcerias comerciais para a exploração espacial. Em dezembro, Elon Musk, diretor da empresa SpaceX e franco apoiador da campanha de Hillary Clinton, passou a fazer parte de um grupo de consultore­s de Trump para a indústria de alta tecnologia.

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