Corinthians anuncia Carille, que já havia sido descartado por presidente
Sem conseguir nomes fortes no mercado, solução para treinar equipe foi caseira
NOVO TÉCNICO
O anúncio de Fábio Carille como treinador do Corinthians, nesta quinta-feira (22), foi mais uma demonstração da situação caótica pela qual o clube alvinegro passa.
Auxiliar técnico no time desde 2009, ele já havia sido descartado pelo presidente Roberto de Andrade como treinador da equipe no último dia 15, quando Oswaldo de Oliveira foi demitido.
Agora, no entanto, sem conseguir fechar com nenhum nome do mercado, como havia prometido Andrade, é justamente em Carille, uma opção caseira, que o clube paulista aposta para sua próxima temporada.
“Não há ninguém mais adaptado e com conhecimento do que ele. Não vai precisar explicar quem veio da base, quem já está, não precisa de integração”, disse o diretor de futebol, Flávio Adauto.
O clube não divulgou o tempo de contrato ou o valor do salário de Carille, que terá sua quarta oportunidade no comando do time.
Em 2010, após a demissão de Adílson Batista, Carille fez duas partidas —um empate e uma derrota— como interino antes da chegada de Tite.
Neste ano, após a saída do técnico gaúcho para assumir a seleção, Carille comandou o time em mais dois jogos —uma vitória e um empate.
Voltou a ser auxiliar técnico com a chegada de Cristóvão Borges, em junho, mas, como ele durou só três meses no cargo, Carille assumiu novamente o comando do time.
Dessa vez, foram seis jogos à frente da equipe (três vitórias, dois empates e uma derrota) e, com o apoio de boa parte dos dirigentes corintianos, recebeu da presidência a promessa de que permaneceria até o fim de 2016.
Não foi o que ocorreu, e o time contratou Oswaldo de Oliveira para o seu lugar.
A decisão gerou um racha na cúpula corintiana, e o então diretor de futebol, Eduardo Ferreira, pediu demissão.
Após a saída de Oliveira, que ficou só dois meses, especulou-se sobre Guto Ferreira, do Bahia, e Jair Ventura, do Botafogo, sobre os quais o Corinthians negou interesse.
Flávio Adauto, no entanto, confirmou que, mesmo dessa vez, Carille não foi a primeira opção e que chegou a conversar com Reinaldo Rueda, técnico do Atlético Nacional, da Colômbia.
“O foco era o Reinaldo [Rueda]. O Carille acompanhou esse processo e viu. Ficamos muito felizes de poder apresentar que este é o nosso técnico”, afirmou o diretor.
Em sua apresentação, Carille diminuiu o fato de ser a segunda opção e garantiu que não está preocupado com pressão. “As coisas acontecem no momento certo. Participei de tudo, estou há oito anos no clube, sei como é a política. Aconteceu o que tinha que acontecer”, disse.
Carille afirmou ainda que não se surpreendeu com a escolha. Sobre o presidente não ter o efetivado antes, disse apenas: “agora já foi”.
“Dessa vez será diferente. Não sou mais interino, agora sou treinador. Não é que estão me colocando para ver, já viram”, afirmou o técnico.