FOLHA VERÃO Comerciantes estimam faturamento 80% menor
Turismo em Ilhabela depende de cruzeiros
Caminhar pelas ruas do centro de Ilhabela pode ser uma experiência muito diferente a depender de um fator: a presença ou ausência de um cruzeiro no píer da cidade.
Para preocupação dos comerciantes locais, no entanto, o número de turistas na ilha neste ano deve diminuir drasticamente, acompanhando a retração de 60% da frequência de navios.
A estimativa é de que o faturamento na ilha possa cair 80% neste verão.
“Ontem [dia 21], quando o navio parou aqui faturamos o dobro do dia anterior [quando não houve parada de navios]”, afirma Pedro Augusto Oliveira Andrioti, dono de uma loja na rua do Meio, a primeira em que os turistas percorrem quando saem do píer de Ilhabela.
Principalmente na Vila, como os locais chamam o centro histórico de Ilhabela, o comércio gerado pelos grandes cruzeiros que percorrem o litoral de São Paulo é sempre a salvação de todos, conta Alice Pereira dos Santos, que está há 11 anos com sua loja de artesanato.
Com poucas horas em terra, quem desce do navio sempre procura as ruas do centro histórico para fazer suas compras ou almoçar.
Ilhabela, que há três anos chegou a receber três navios em um mesmo dia, ou mais de cem em uma mesma temporada de verão, vai receber aproximadamente 30 navios entre dezembro e o primeiro trimestre do ano que vem.
Comerciantes que conversaram com a Folha dizem que desejam que ao menos o turismo convencional, dos turistas que vem de outras regiões para se hospedar na ilha, ajude a minimizar o baixo rendimento dos navios.
“O comércio aqui nesta região é movimentado pelos cruzeiros. O turismo convencional não consegue equilibrar essa conta”, diz com pessimismo o comerciante Pedro Augusto.
De acordo com os empresários locais, a taxa municipal cobrada dos navios está muito alta e o píer também poderia oferecer mais conforto aos turistas.