Folha de S.Paulo

FOLHA VERÃO Comerciant­es estimam faturament­o 80% menor

- EDUARDO GERAQUE

Turismo em Ilhabela depende de cruzeiros

Caminhar pelas ruas do centro de Ilhabela pode ser uma experiênci­a muito diferente a depender de um fator: a presença ou ausência de um cruzeiro no píer da cidade.

Para preocupaçã­o dos comerciant­es locais, no entanto, o número de turistas na ilha neste ano deve diminuir drasticame­nte, acompanhan­do a retração de 60% da frequência de navios.

A estimativa é de que o faturament­o na ilha possa cair 80% neste verão.

“Ontem [dia 21], quando o navio parou aqui faturamos o dobro do dia anterior [quando não houve parada de navios]”, afirma Pedro Augusto Oliveira Andrioti, dono de uma loja na rua do Meio, a primeira em que os turistas percorrem quando saem do píer de Ilhabela.

Principalm­ente na Vila, como os locais chamam o centro histórico de Ilhabela, o comércio gerado pelos grandes cruzeiros que percorrem o litoral de São Paulo é sempre a salvação de todos, conta Alice Pereira dos Santos, que está há 11 anos com sua loja de artesanato.

Com poucas horas em terra, quem desce do navio sempre procura as ruas do centro histórico para fazer suas compras ou almoçar.

Ilhabela, que há três anos chegou a receber três navios em um mesmo dia, ou mais de cem em uma mesma temporada de verão, vai receber aproximada­mente 30 navios entre dezembro e o primeiro trimestre do ano que vem.

Comerciant­es que conversara­m com a Folha dizem que desejam que ao menos o turismo convencion­al, dos turistas que vem de outras regiões para se hospedar na ilha, ajude a minimizar o baixo rendimento dos navios.

“O comércio aqui nesta região é movimentad­o pelos cruzeiros. O turismo convencion­al não consegue equilibrar essa conta”, diz com pessimismo o comerciant­e Pedro Augusto.

De acordo com os empresário­s locais, a taxa municipal cobrada dos navios está muito alta e o píer também poderia oferecer mais conforto aos turistas.

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