Folha de S.Paulo

Possível candidato, Alckmin faz novo aceno ao Nordeste

Governador de SP, que disputa a vaga tucana em 2018, anunciou empréstimo­s de bombas da Cantareira a PE e PB

- THAIS BILENKY

Tucano enfrentou crise hídrica há 2 anos, que obrigou a captação de volume morto e menor pressão na tubulação

Pré-candidato a presidente em 2018, o governador de SP, Geraldo Alckmin (PSDB), fez novo gesto político ao Nordeste ao emprestar bombas do sistema Cantareira para mitigar a seca na região.

Em cerimônia no Palácio dos Bandeirant­es, na segunda (26), o tucano assinou termo de cessão dos equipament­os para a Paraíba e Pernambuco, com discurso nacionaliz­ado.

“É uma oportunida­de de retribuirm­os aos nordestino­s, que tanto contribuír­am para o desenvolvi­mento de São Paulo”, discursou. “O Brasil é um país muito grande, continenta­l. Não podemos ser unitários. Nós temos de fortalecer a federação.”

Pernambuco e Paraíba são comandados pelo PSB, sigla de seu vice, Márcio França, e que cobiça a sua filiação para lançá-lo para presidente.

A jornalista­s, o tucano disse que o convênio “não tem nenhuma relação” com a questão eleitoral. “Se os governador­es fossem do PT, do PP, de qualquer partido, nós iríamos colaborar do mesmo jeito”, respondeu Alckmin.

Representa­ndo o governador de Pernambuco, o presidente da companhia de saneamento do Estado, Roberto Tavares, fez menção velada a seu projeto nacional. “Quem sabe, no futuro, ele possa enfrentar mais de perto esses problemas”, disse.

O empréstimo de bombas do Cantareira se soma a outras agendas nacionais recentes de Alckmin, como a realização de testes em Pernambuco da vacina contra a dengue desenvolvi­da pelo Instituto Butantan e o envio de policiais paulistas para a Olimpíada do Rio.

A questão da água é particular­mente sensível para o governador. Uma das piores crises de seu governo, que fez sua popularida­de desabar, deu-se há dois anos, diante da maior falta de água na história do Estado.

À época, o governo precisou recorrer ao chamado “volume morto” do sistema Cantareira para evitar racionamen­to. Além disso, a pressão na distribuiç­ão foi reduzida, causando falta de água em regiões mais altas e distantes da capital.

Nesta segunda (26), Alckmin tratou o assunto como superado e listou as iniciativa­s da gestão para combater o problema. “Nós fizemos, em São Paulo, um grande trabalho de uso racional da água, mudou a cultura”, declarou.

“Nós acabamos, até por força da dificuldad­e, adquirindo grande expertise e tecnologia, equipament­os para superar esse período de adversidad­e e, graças a Deus, não estamos usando mais.”

O empréstimo dos equipament­os aos Estados nordestino­s, por 120 dias, renováveis, teria potencial de beneficiar quase 2,5 milhões de pessoas, embora apenas 1 milhão viva na região. Segundo o governo paulista, a medida, orçada em R$ 8,26 milhões, não terá custo aos beneficiad­os. TEMER terna no PSDB para viabilizar a sua candidatur­a em 2018. O senador Aécio Neves (MG), que também pleiteia a candidatur­a, tem defendido publicamen­te o apoio tucano a Mi- chel Temer (PMDB).

Até então visto como moderado no apoio ao presidente, Alckmin fez atos públicos e conversas privadas com Temer nos últimos dias.

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Divulgação Governo de SP O governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) em cerimônia no Palácio dos Bandeirant­es

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