Governo fecha contas de novembro com o seu pior deficit desde 1997
Tesouro deverá chegar ao fim deste ano com rombo de R$ 168 bi
As contas do governo federal tiveram deficit de R$ 38,4 bilhões em novembro, o pior resultado para o mês desde o início da série estatística, em 1997. De janeiro a novembro, o resultado acumulado está negativo em R$ 94,2 bilhões.
Faltando apenas este mês para fechar as contas, o Tesouro passou a projetar deficit de R$ 167,7 bilhões para este ano e espera um rombo de R$ 73,5 bilhões em dezembro. Até o mês passado, a expectativa era de saldo negativo de R$ 166,7 bilhões para 2016.
A secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, disse que o governo tem condições de cumprir a meta fiscal deste ano e afirmou que a administração das contas é “responsável”. A meta do governo prevê deficit de R$ 170,5 bilhões.
Com a folga para o cumprimento da meta, o governo compensará o resultado de estatais em R$ 2,8 bilhões.
O Tesouro atribui a alta das despesas em 2016 principalmente ao pagamento de benefícios previdenciários, que aumentou em R$ 29,4 bilhões e chegou a R$ 461,8 bilhões. O governo prevê que a Previdência encerrará este ano com rombo de R$ 152,7 bilhões.
Ao defender a reforma da Previdência, a secretária comparou o resultado do regime geral de Previdência em 12 meses, de um deficit de R$ 141,7 bilhões, com o saldo negativo de R$ 77,6 bilhões do regime de Previdência dos servidores públicos federais.
Ela destacou que, apesar de o rombo dos servidores ser menor, são apenas 973,7 mil benefícios —o regime geral, onde está o INSS, paga 26,8 milhões de benefícios.
O governo informou, ainda, que o repasse de recursos a Estados e municípios referente às multas da repatriação acaba com a necessidade de compensação, pelo governo central, da meta de resultado primário dos entes. A compensação, de R$ 1 bilhão, foi retirada da programação do governo. (LAÍS ALEGRETTI)