Apenas 0,7% —número que ainda pode ser revisado para baixo, diz o economista.
A melhora do emprego no ano que vem parece ter ficado mais distante, com a economia demorando para reagir às medidas adotadas pelo governo Michel Temer.
O mercado de trabalho, que já tende a responder com defasagem à melhora na atividade, deve levar mais tempo ainda para se recuperar do que inicialmente projetado por especialistas.
A taxa de desemprego atual, de 11,8%, deve chegar a superar 13% em 2017, segundo projeção do Santander.
Economistas do banco, que previam uma taxa média de 11,6% para o ano que vem, revisaram o número para 12,7% depois da divulgação dos resultados fracos do PIB do terceiro trimestre.
Em novembro, o Indicador Coincidente de Desemprego da Fundação Getulio Vargas, que mede a percepção das famílias sobre o mercado de trabalho, subiu 3,8 pontos.
“Os dados mostram que o otimismo acerca da atividade econômica e, por conseguinte, com as contratações ao longo dos próximos meses parou de aumentar”, diz o economista da FGV Fernando de Holanda Barbosa Filho. FERNANDO BARBOSA FILHO economista do Ibre-FGV
RODOLFO MARGATO
economista do Santander
O Bradesco também elevou sua expectativa de desemprego de 12,5% para 12,9%. Segundo o banco, a criação líquida (diferença entre vagas criadas e fechadas) de 150 mil postos com carteira assinada no próximo ano não será suficiente para compensar o aumento do número de pessoas procurando emprego.
A estimativa da instituição financeira é que a população economicamente ativa (aqueles que têm trabalho ou estão em busca de um) cresça 1,2% em 2017, fruto tanto de novos ingressantes no mercado de trabalho como também de pessoas hoje inativas que, estimuladas pelos primeiros sinais de recuperação, voltarão a buscar emprego.
Já Barbosa Filho, da FGV, espera um cenário ligeiramente melhor do que o previsto pelos bancos: em média, a taxa de desemprego em 2017 deve ficar em 11,8%.
A divergência nas projeções não é explicada por uma expectativa de geração de mais empregos, mas sim de menor procura de vagas pela população. Esse é o chamado desalento, quando as perspectivas são tão ruins que o trabalhador desiste de buscar uma colocação.
Com isso, a projeção da FGV é que a população economicamente ativa cresça CONSUMO Já a massa salarial deve ter leve alta em 2017, impulsionada pela abertura de vagas e menor inflação. “A retomada deve ser bastante lenta. Não vemos uma melhora da massa salarial antes do segundo semestre”, diz Rodolfo Margato, economista do Santander.
Esse aprofundamento da contração do mercado de trabalho deve se refletir em maior lentidão na retomada do consumo, um dos principais motores da atividade econômica. (FERNANDA PERRIN)
DE BRASÍLIA
O presidente do INSS, Leonardo Gadelha, vai sugerir à Casa Civil a elaboração de uma nova medida provisória (MP) para garantir a revisão dos benefícios de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez em 2017.
A revisão, iniciada neste ano, foi interrompida porque a medida provisória sobre o tema perdeu a validade sem ser aprovada pelo Congresso.
O governo chegou a enviar um projeto de lei com a previsão do pente-fino, mas a proposta não foi apreciada pelo Legislativo, que entrou em recesso até fevereiro.
Na teoria, a revisão poderia continuar sem a MP em vigor, mas, na prática, o mutirão fica impossibilitado porque o INSS não consegue pagar bônus aos peritos médicos para que façam as revisões.
Gadelha destaca que a Casa Civil ainda não validou a nova MP e deixa claro que se trata de sugestão do INSS.
Antes da interrupção do pente-fino, foram feitas 23 mil de 534 mil revisões previstas em auxílio-doença. O índice de reversão foi de 75%, equivalente a uma economia anual de R$ 220 milhões, afirma o INSS. O pente-fino em 1,1 milhão de aposentadorias por invalidez também não foi feito.
Os dados de novembro mostram que o otimismo acerca da atividade e com as contratações ao longo dos próximos meses parou de aumentar Não vemos uma melhora da massa salarial antes do segundo semestre
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