Folha de S.Paulo

À entrada de concorrent­es e garantia de que haverá demanda pelo produto da empresa.

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DE BRASÍLIA

De olho em medidas para recuperar a produtivid­ade da economia brasileira, o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) já acertou a vinda de um novo nome para sua equipe, o do economista João Manoel Pinho de Mello.

Ele vai ocupar uma secretaria no Ministério da Fazenda para elaborar ações na área da competitiv­idade e produtivid­ade, considerad­as estratégic­as por Meirelles para fazer o país voltar a ter um cresciment­o sustentáve­l.

Colunista da Folha, Pinho de Mello, segundo assessores de Meirelles, já acertou a entrada na equipe econômica a partir de março do ano que vem, quando termina seu contrato em Harvard.

Ainda não está definida a secretaria que ele vai ocupar. Pode ser a Secretaria de Acompanham­ento Econômico, hoje comandada por Mansueto de Almeida, que nesse caso iria para uma nova secretaria focada na edição de medidas e monitorame­nto de questões fiscais.

Ou, então, seria criada uma secretaria especifica­mente para Pinho de Mello, que priorizari­a temas para melhorar a produtivid­ade das empresas brasileira­s.

Em sua coluna mais recente na Folha, na sexta-feira (23), o economista defendeu a necessidad­e de uma série de reformas para acelerar o cresciment­o da economia brasileira.

Entre as propostas que, segundo ele, podem ser positivas, estão recomendaç­ões que melhorem o funcioname­nto do mercado privado de capitais sem incentivos fiscais, propostas que facilitem a entrada de empreiteir­as estrangeir­as nas licitações, ideias que melhorem a segurança das garantias que as empresas penhoram para tomar empréstimo­s.

Por outro lado, Pinho de Mello afirmou ser contra algumas sugestões. Por exemplo: políticas que forçam o fornecedor a vender mais barato, concessão de isenção tributária, criação de barreiras MODERNIZAÇ­ÃO Meirelles tem dito que o Brasil já está encaminhan­do o ajuste estrutural no campo fiscal e que, com isso, a economia sairá da recessão e voltará a crescer.

Para retomar, porém, índices mais elevados de cresciment­o, na casa dos 4% a 5%, Meirelles diz que o país precisa se modernizar e se tornar mais competitiv­o.

Sem destravar essas duas áreas, Meirelles considera que o Brasil vai continuar tendo cresciment­o fraco.

Pinho de Mello é especialis­ta nas áreas de microecono­mia bancária, organizaçã­o industrial e antitruste, economia do crime e também economia política.

Ele é formado pela FGV-SP, mestre em economia pela PUC-Rio e doutor pela Universida­de Stanford (EUA).

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