Pesquisadores portugueses estudam pênaltis à procura da batida perfeita
Com dois gols do espanhol Pedro e um do belga Hazard, o Chelsea venceu em casa o Bournemouth por 3 a 0 nesta segunda-feira (26), chegou à marca de 12 vitórias consecutivas e manteve uma tranquila vantagem na liderança do Campeonato Inglês.
A partida foi disputada no tradicional Boxing Day, rodada da competição no dia seguinte ao Natal.
Pedro abriu o marcador com um chute por cobertura, no ângulo, aos 24 min do primeiro tempo. Hazard ampliou em cobrança de pênalti aos 4 min do segundo tempo. Nos acréscimos, o espanhol definiu o placar do jogo, realizado em Stamford Bridge.
Com o resultado, o Chelsea chega aos 46 pontos, sete a mais do que o Manchester City, que venceu o Hull City por 3 a 0 nesta segunda e assumiu a vice-liderança.
O Liverpool, com 37 pontos, joga nesta terça-feira (27) contra o Stoke City e pode retomar a segunda posição.
O último revés do Chelsea ocorreu no dia 24 de setembro, para o Arsenal (3 a 0), em duelo pela sexta rodada.
A soberania se dá sob comando do italiano Antonio Conte, que assumiu o time nesta temporada. Na edição anterior do Inglês, o Chelsea chegou a frequentar a zona de rebaixamento —terminou em décimo lugar, e a má campanha ocasionou a demissão do português José Mourinho.
“Estou satisfeito porque não é fácil ganhar 12 partidas seguidas. Os jogadores mereceram isso. Eles têm me mostrado grande foco, concentração, atitude e comportamento”, afirmou o italiano.
É a primeira vez em sua história que o Chelsea obtém tantos triunfos em sequência. O recorde do torneio pertence ao Arsenal, que embalou 14 vitórias seguidas em 2002.
“Em 12 jogos conseguimos 36 pontos. Nossa situação é fantástica agora. O recorde não importa no final se não se conquista algo importante, mas eu e os jogadores estamos orgulhosos. Queremos manter esse ritmo até fim.”
O Arsenal, por sinal, subiu uma posição ao bater o West Bromwich por 1 a 0, e agora passa a integrar o G4 do Campeonato Inglês.
Goleiro tem sempre que adivinhar o canto e partir antes. Pênalti bem batido é aquele forte, no meio do gol, não tem erro. Ou então rasteiro, rente a uma das traves.
Alheios à preocupação de derrubar ou reforçar mitos propagados pela crônica esportiva ou até por boleiros de fim de semana, há muitos cientistas que investigam, de forma técnica, as cobranças.
Uma dessas investigações, feita por um grupo de Portugal e publicada recentemente no meio acadêmico, investigou 536 cobranças realizadas durante o tempo normal em jogos de times da Uefa.
Entre todos os pênaltis analisados, 407 foram convertidos. Outros 101 foram defendidos e 28 perdidos. Dados que mostram que a taxa de sucesso, para quem tenta evitar o gol, é de quase 20%.
A receita para o batedor, mostra o trabalho assinado por Carlos Almeida, Anna Volossovitch e Ricardo Duarte, pesquisadores da Universidade de Lisboa, é tentar chutar no ângulo. O nível de acerto no canto superior esquerdo de quem cobra é de 82,7% e de 92,9% no ângulo direito.
O chute mais conservador, aquele rasteiro, no meio do gol, é o que mais deu errado, mostra a pesquisa. Dos 84 pênaltis cobrados dessa forma, 32 foram defendidos.
“O estudo mostra que os goleiros mais bem-sucedidos tendem a perceber de forma mais eficaz o lado do chute do cobrador”, diz Carlos Almeida. De acordo com o pesquisador, é errado dizer que quem mais defendeu acabou “adivinhando” o canto.
Não é puramente uma questão de sorte, diz ele, para quem as evidências sugerem que os melhores goleiros nessas situações são mais competentes em antecipar e perceber a trajetória da bola pelas dicas posturais do jogador adversário, como a posição do pé de apoio.
O fato de o jogador que põe a bola na cal ser destro ou canhoto também parece influenciar. Os destros foram mais efetivos quando chutaram nos dois ângulos.