Suspeito de atentado na Alemanha é preso
Telefone de tunisiano detido estava com o suposto autor do ataque morto na Itália
Autoridades alemãs prenderam um cidadão de origem tunisiana suspeito de estar envolvido no ataque terrorista realizado na semana passada em um mercado natalino de Berlim, no qual 12 pessoas foram mortas. O anúncio foi feito por procuradores nesta quarta (28).
O suposto autor do ataque, Anis Amri, tunisiano que teve pedido de asilo rejeitado na Alemanha, tinha o telefone celular do suspeito de 40 anos detido agora, segundo os procuradores. Autoridades realizaram uma operação em sua casa e trabalho.
Amri foi morto a tiros pela polícia italiana em Milão dias após o ataque.
“Investigações indicam que ele pode estar envolvido no ataque”, disseram procuradores, acrescentando que o suspeito foi detido. “A extensão de suspeitas contra o detido serão apuradas após maior investigação”, disseram os procuradores.
“Anis Amri havia guardado em seu telefone celular o número deste cidadão tunisiano de 40 anos. As investigações permitem pensar que poderia esta relacionado com o atentado”, acrescentou a procuradoria federal, responsável por investigações e assuntos de terrorismo, em um breve comunicado.
“Resta estabelecer se essas suspeitas (iniciais) serão confirmadas pela investigação”, afirma o texto.
Dependendo do interrogatório, será pedida a prisão preventiva do indivíduo.
Segundo a revista alemã “Focus”, fontes na polícia de Berlim dizem que um telefone celular achado no caminhão tinha mensagens de voz enviadas por Amri a suspeitos do Estado Islâmico dez minutos antes do atentado.
Autoridades ainda tentam descobrir o caminho feito por Amri em sua fuga de Berlim a Milão.
A promotoria holandesa afirmou que tem indícios de que o tunisiano passou pelo país. A polícia holandesa também investiga se ele comprou um chip de celular achado com ele na Holanda.
Além da Holanda, autoridades francesas disseram que é possível que Amri tenha passado também pela cidade de Lyon, na França. ATENTADO No ataque, um caminhão atingiu um mercado de Natal lotado no centro de Berlim na noite de segunda-feira (19). Doze pessoas morreram e dezenas ficaram feridas.
O caminhão entrou na feira em um dos horários de maior movimento, quando crianças e adultos se juntam nos tradicionais estandes de madeira que vendem comida e produtos de Natal numa celebração anual que ocorre por toda a Alemanha e por outros países do centro da Europa.
A carreta tinha placa polonesa e vinha da Itália em direção à Polônia quando fez uma parada em Berlim.
A feira de Natal de Berlim ficou fechada após o ataque e voltou a funcionar somente na quinta-feira (22).
DE MADRI
Os governos da Turquia e da Rússia chegaram nesta quarta-feira (28) a um acordo para implementar um cessarfogo em toda a Síria. O anúncio foi feito pelo chanceler turco, Mevlut Cavusoglu.
Em entrevista, ele disse, porém, que o país ainda exige a saída do ditador Bashar al-Assad, uma demanda que o coloca em conflito com Moscou, aliado do regime.
“Todo o mundo sabe que não é possível haver uma transição com Assad, e também sabemos que é impossível para [a oposição] unir-se em torno dele”, afirmou.
O Kremlin não comentou sobre as negociações até a conclusão desta edição. As facções rebeldes tampouco anunciaram adesão à trégua.
Segundo a agência de notícias Reuters, os grupos ainda se dividiam. O principal motivo de relutância é a insistência de Moscou em excluir do cessar-fogo a periferia de Damasco, último bastião rebelde após a tomada de Aleppo pelo regime.
O trato, no entanto, não inclui organizações terroristas, o que pode complicar sua adoção. Não há consenso, afinal, sobre quais facções seriam incluídas na categoria ALIENAÇÃO O plano, se for confirmado, pode consolidar Ancara e Moscou como principais mediadores desse conflito, alienando ainda mais a política externa de Washington.
Tentativas anteriores de cessar-fogo fracassaram, porém. Em setembro, um acordo mediado por Rússia e EUA foi suspenso após o contínuo bombardeio sírio nas regiões controladas pelos rebeldes.
O confronto sírio foi iniciado em março de 2011, deixando quase 500 mil mortos e 11 milhões de refugiados internos e externos.
Turquia e Rússia têm defendido, nos últimos anos, posições opostas. Ancara exige a saída de Assad, enquanto Moscou defende o ditador.
O cenário pode ser alterado, porém, pela reaproximação dos dois países e do Irã. Ambos sinalizaram, nos últimos meses, que a prioridade na Síria é o fim da guerra, e não uma transição política.