Prefeitos assumem com mais cortes e sem investir
Redução de gastos e estrutura, dívidas e salários atrasados afetam capitais
Depois de dois anos de crise, os novos prefeitos iniciam seus mandatos, neste domingo (1º), num cenário de maior contenção de gastos e menos investimentos.
Onze capitais tiveram queda real de receitas desde o início do mandato, e em só seis a arrecadação não caiu neste ano. Muitas iniciaram um rigoroso ajuste fiscal, que deve continuar em 2017.
Em São Paulo, João Doria (PSDB) anunciou a venda da maior parte da frota municipal —mandou os servidores usarem Uber— e reduziu as secretarias de 27 para 22.
A Prefeitura de Vitória (ES) não reajusta salários há dois anos, e até o horário de expediente foi reduzido.
Na capital capixaba, onde o prefeito Luciano Rezende (PPS) foi reeleito, servidores com celular tiveram verba para a conta reduzida a um terço —quem gasta mais tem o valor descontado em folha.
“Tem de saber lidar com a escassez”, diz o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), presidente da Frente Nacional de Prefeitos, que será sucedido por Alexandre Kalil (PHS).
Mesmo com os cortes, alguns assumirão com salários atrasados. Em Porto Alegre, cuja dívida triplicou, a prefeitura parcelou o 13º.
Especialistas veem risco de que as prefeituras encolham e a qualidade do serviço seja afetada.