Tre os seis primeiros colocados do Campeonato Inglês, somente o vice-líder Liverpool sofreu mais gols: 21.
DE SÃO PAULO
Acostumado com vitórias e títulos, Pep Guardiola terá uma virada de ano bem diferente das que passou durante as oito temporadas da sua ainda curta e já vitoriosa carreira como treinador.
Debutante no Campeonato Inglês, o catalão apresenta o seu pior aproveitamento em um começo de trabalho após 28 partidas.
À frente do Manchester City, acumula 17 vitórias, seis empates e cinco derrotas, um aproveitamento de 67,8%.
Mesmo se o clube de Manchester vencer o Liverpool neste sábado (31), às 15h30 (ESPN Brasil), pela 19ª rodada do Inglês, Guardiola não conseguirá evitar a marca negativa. Isso porque o seu pior início foi em 2014, quando conquistou 79,7% dos pontos disputados nas primeiras 28 partidas na sua segunda temporada pelo Bayern de Munique, da Alemanha.
Nos clubes pelos quais passou, Pep sempre implementou seu estilo de jogo de forma contundente: posse de bola, forte marcação e efetividade no ataque.
No livro “Guardiola Confidencial”, o autor Marti Perarnau conta como foi a primeira temporada do treinador no Bayern. Ele revela que um dos objetivos iniciais do catalão ao chegar em Munique foi passar aos atletas o que chamou de “idioma de jogo”, para que eles compreendam e sigam sua linha de trabalho.
Fluente em inglês, assim como é em alemão, o técnico parece ter mais trabalho no que Perarnau definiu como “alfabetização” que faz com seus jogadores. Guardiola passou então a ser questionado como nunca na carreira.
Em uma entrevista coletiva no começo de dezembro, foi questionado se não era o momento de mudar seu estilo de jogo. Nervoso, não hesitou em refutar a hipótese aos jornalistas presentes.
“Não ganhamos os últimos jogos em casa, mas não há qualquer possibilidade de mudar o sistema de jogo. Essa é a forma como gosto de jogar, lamento. Se faço mal, o presidente decidirá, mas não há forma de mudar”, afirmou Guardiola após a derrota por 4 a 2 para o Leicester pela 15ª rodada do Inglês.
A dificuldade encontrada até o momento fica explícita no número de gols tomados no torneio. Em 18 partidas foram 20 gols sofridos, mais de um gol por jogo, fato raro no retrospecto de Guardiola. En- ENTRE IGUAIS Um fator crucial para a queda no desempenho da equipe treinada por Guardiola é o nível dos adversários que ele encontrou na Inglaterra. Quando dirigiu o Barcelona, entre 2008 e 2012, o treinador tinha como principais rivais no Espanhol o Atlético de Madri e o Real Madrid. Já no Bayern de Muni-
PEP GUARDIOLA
Técnico do Manchester City que, onde ficou de 2013 a 2015, era ameaçado no Alemão principalmente pelo Borussia Dortmund. As duas ligas nacionais são caracterizadas por terem um abismo financeiro entre os clubes.
No Inglês, a história é bem diferente. Além do City, pelo menos mais cinco times têm potencial para vencer o título: Chelsea, Liverpool, Arsenal, Tottenham e Manchester United. Isso quando não há uma surpresa, como na temporada passada, quando o Leicester foi campeão.
“Achei que talvez seria mais rápido para me adaptar, mas estou bastante certo de que isso vai acontecer. [Alex] Ferguson, o meu ídolo, precisou de 11 anos para ganhar o Inglês [pelo United]. O Liverpool, um clube histórico, está há muitos anos sem ganhar. Dê-me tempo”, pediu.
Embora a fase não seja das melhores, o Manchester City pode terminar o ano na segunda posição do Nacional. Com 39 pontos, a equipe ocupa o terceiro lugar e precisa vencer o Liverpool, que soma 40 pontos, para conseguir a vaga do time comandado por Jurgen Klopp, maior rival de Guardiola na época em que comandou o Bayern.
“Achei
que talvez seria mais rápido para me adaptar, mas estou certo de que isso vai acontecer. Ferguson, o meu ídolo, precisou de 11 anos para ganhar o Inglês. O Liverpool, um clube histórico, está há muitos anos sem ganhar. Dê-me tempo