Folha de S.Paulo

Adaptação de ‘Hair’ para o cinema chegou atrasada

- INÁCIO ARAUJO

Se existe algo que resume a contracult­ura dos anos 1960, com seus hippies e sua oposição à Guerra do Vietnã, esse é o musical “Hair” ,que estreou em 1967 em Nova York e correu mundo logo a seguir.

A adaptação para cinema (Futura, 22h, livre), com direção de Milos Forman, chegou um pouco atrasada à festa: em 1979 a guerra havia terminado e o espírito rebelde da juventude da década anterior estava um tanto desgastado. O filme tem um quê de correção formal que, em definitivo, não bate com o tanto de esculhamba­ção previsto nas encenações.

Mas lá está “Aquarius”, a célebre canção, que, coincidênc­ia ou não, está no nome do hoje também célebre edifício de Recife que deu nome ao filme com Sônia Braga. Que, por sinal, trabalhou na montagem brasileira de “Hair”.

É a crise. Com menos dinheiro no bolso em 2016, o brasileiro recorreu a uma das formas mais baratas de entretenim­ento: a televisão.

Desde janeiro, o número de aparelhos ligados no país aumentou três pontos (cada ponto representa 684,2 mil espectador­es) na medição do Ibope. Chegou a 43% da amostra da empresa de medição de audiência —um recorde para o instituto. Os dados confirmam tendência esperada desde o início do ano.

As três principais emissoras abertas, Globo, Record e SBT, cresceram igualmente um ponto, na mesma proporção que a somatória de toda a TV por assinatura.

O conjunto de todos os canais pagos marcaram neste ano 10 pontos de média, das 7h às 24h. Empatadas na vice-liderança, SBT e Record registrara­m sete pontos.

Em primeiro lugar, a Globo fecha o ano com 16 pontos de audiência na média diária.

A emissora carioca manteve seus 38% de share —jargão para a porcentage­m no total de televisore­s ligados. Record e SBT abocanhara­m 15% de participaç­ão cada uma.

Para as TVs, o melhor período de 2016 foi agosto, com a transmissã­o dos Jogos Olímpicos. Naquele mês, a média diária da Globo chegou a 18 pontos. A cobertura, porém, não alterou o público da Band e da Record, que também tinham os direitos de transmissã­o. Nem o do SBT, que não investiu no evento. Record SBT Band RedeTV! TV paga

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