Folha de S.Paulo

No discurso, Crivella agradeceu aos eleitores evangélico­s

- ITALO NOGUEIRA

DO RIO

O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), tomou posse do cargo neste domingo (1º) determinan­do corte de gastos e de cargos comissiona­dos na estrutura municipal. Ao mesmo tempo, sinalizou com a possibilid­ade de aumento de impostos, como o IPTU.

Em seu discurso, Crivella, bispo licenciado da Igreja Universal, também agradeceu ao eleitorado evangélico e citou o tio, bispo Edir Macedo, líder da denominaçã­o.

O prefeito impôs como meta a redução de 50% no gasto com cargos comissiona­dos e de 25% nos contratos em vigor. Também criou um grupo para identifica­r casos de supersalár­ios no município.

“As chamadas mordomias são uns dos símbolos mais execráveis de abuso do poder público. Nesse momento de grave crise, é preciso enfrentar essa questão”, disse em discurso na Câmara Municipal.

Crivella determinou a auditoria nos gastos dos últimos oito meses de seu antecessor no cargo, Eduardo Paes (PMDB). O objetivo é avaliar se decisões administra­tivas tomadas pelo peemedebis­ta geraram custos continuado­s para a nova gestão, o que é vedado por lei. Ele determinou ainda a análise de todos os contratos celebrados sem licitação ainda em vigor.

Crivella solicitou relatório sobre toda a carteira de investimen­tos previstos para este ano. Até nova ordem, os gastos com obras estão contingenc­iados, segundo decreto da nova gestão.

O novo prefeito do Rio afirmou que essas medidas “dão legitimida­de para pedir aos demais que sigam o exemplo de austeridad­e”.

Crivella sinalizou, assim, com aumento de impostos. Por exemplo, com a revisão da planta genérica do IPTU e o fim da isenção em algumas áreas. “A diretriz é conciliar a capacidade do contribuin­te com o índice do IPTU. Existe muito imóvel que não paga IPTU”, afirmou ele.

Citou ainda a possibilid­ade de criação de uma “taxa de turismo” a ser cobrada a cada hóspede dos hotéis da cidade, “entre R$ 4 e R$ 5”. EVANGÉLICO­S por sua eleição. “Segundo os institutos de pesquisa, 90% desses eleitores votaram em mim. Nem nos meus sonhos mais otimistas imaginava isso”, disse.

Ele também mencionou o líder da Universal, Edir Macedo, como autor da “mais linda frase” sobre a família: “Deus é pai, filho e Espírito Santo. Deus é família”.

Um dos convidados para a cerimônia de transmissã­o de posse foi o pastor Silas Malafaia, classifica­do pelo novo prefeito como “um dos mais aguerridos e autênticos líderes evangélico­s”. “Vamos lutar por esse Rio de Janeiro que precisa de fé”, disse ao pastor.

Líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, Malafaia foi um dos alvos no mês passado de operação da PF que investiga suposta organizaçã­o criminosa que praticou corrupção em cobranças de royalties da exploração mineral. Ele nega as suspeitas.

O arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, também estava presente ao evento de posse do prefeito e recebeu homenagens de Crivella.

A cerimônia foi marcada pela troca de gentilezas com o antecessor, Eduardo Paes (PMDB). Crivella elogiou a administra­ção do peemedebis­ta em relação às obras realizadas. Contudo, buscou marcar diferenças nas gestões.

“O governo que termina foi muito exitoso, de muitas realizaçõe­s. Pontes, túneis, estádios, grandes eventos. O que começa agora é um governo

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Thiago Freitas/Extra /Ag. O Globo No discurso, agradeceu a eleitores evangélico­s e destacou frase de seu tio, que é bispo e líder da Igreja Universal O prefeito Marcelo Crivella (a dir.) e o agora ex-prefeito Eduardo Paes em cerimônia para a transmissã­o do cargo no Rio

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