Jovem tenista sul-coreano busca top 100 sem ouvir nada dentro de quadra
Lee Duck-hee, 18, atual 149º colocado do ranking mundial, é um caso raro de tenista com deficiência auditiva na elite do esporte
O impacto entre a raquete e a bolinha, os gritos do adversário após rebater e as marcações do árbitro: nenhum desses sons é ouvido em quadra por Lee Duck-hee.
O sul-coreano de 18 anos é um dos raríssimos casos de tenistas surdos nos principais torneios do esporte. Atual 149º do ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), ele tem metas realistas, mas que se forem alcançadas o colocarão em outro patamar na modalidade.
“Quero entrar no top 100. Também ser campeão de um challenger [um nível abaixo dos torneios da ATP] e ganhar um jogo na chave principal de um Grand Slam”, afirmou.
A deficiência o acompanha desde o nascimento. Ao longo dos anos, aprendeu a fazer leitura labial e a falar. Em alguns casos, porém, conta com a ajuda de seu primo e treinador, Woo Chung-hyo, para se comunicar.
Ouvir os golpes é considerado crucial no tênis. É comum que os tenistas reclamemdebarulhosquepossam interferir durante os pontos.
Em setembro do ano pas- sado, o som da chuva caindo sobre o teto retrátil da quadra central do Aberto dos EUA incomodou Andy Murray.
“Usamos nossos ouvidos quando jogamos, não apenas os olhos. Isso nos ajuda a pegar a velocidade da bola, o efeito colocado e quão forte foi batida”, disse à época.
Lee, no entanto, não considera sua deficiência uma desvantagem. “Eu jogo tênis sem nenhum som desde a primeira vez que joguei. Então, pelo menos para mim, isso não afeta muito”, afirma.
De acordo com ele, a maior dificuldade é não ouvir as marcações do árbitro.
“Se o árbitro não faz gestos corporais, eu não sei se ainda tenho duas chances para sacar ou apenas uma. Às vezes perco a oportunidade de sacar forte por achar que era um segundo saque”, afirma. ASCENSÃO Lee está em ascensão. Ele começou 2016 na 229ª posição do ranking e chegou à 143ª, a melhor da carreira. Hoje, é o segundo mais bem colocado na sua idade.
Na próxima semana, o sulcoreano deve tentar uma vaga no Aberto da Austrália pelo qualificatório.
Ainda não há previsão de quando ele disputará um torneio no Brasil, mas o jovem já tem um pedido especial.
“Vi uma reportagem sobre o Aberto do Brasil, que treinou cachorros abandonados para que eles fossem pegadores de bola. Eu amo cães, então fiquei impressionado. Se eu tiver a chance, eu quero receber bolas deles”, disse.
O sérvio Novak Djokovic, segundo colocado do ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), venceu o britânico Andy Murray, líder do ranking mundial por 2 sets a 1 (6/3, 5/7 e 6/4) na final do Torneio de Doha.
Apesar da vitória, Djokovic mostrou muita irritação durante a partida e chegou a ser advertido pela arbitragem.
O sérvio, que avançou à decisão após salvar cinco match points na semifinal contra o espanhol Fernando Verdasco, reclamava constantemente de seus erros.
O sentimento do atleta pode ser explicado pelas recentes JUCA KFOURI O colunista está em férias.