Folha de S.Paulo

Supremo barra há 8 meses informaçõe­s sobre viagens

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DE BRASÍLIA

O STF (Supremo Tribunal Federal) se recusa a fornecer os dados detalhados sobre viagens e diárias de seus ministros e servidores.

O primeiro pedido pela Lei de Acesso à Informação foi protocolad­o pela Folha em 25 de abril, durante a gestão do ministro Ricardo Lewandowsk­i na presidênci­a da Corte. Até o fim do mandato dele, em setembro, a solicitaçã­o de dados não foi respondida, apesar dos requerimen­tos.

A lei determina que o pedido seja atendido em até 30 dias. Todos os outros tribunais a cumpriram.

Somente em 2015, o STF gastou R$ 236 mil com passagens aéreas, além de outros R$ 369 mil com diárias para viagens internacio­nais, de acordo com dados do Orçamento disponívei­s no Senado.

Não há detalhes, porém, sobre como os valores foram gastos —por isso, a reportagem solicitou as listas aos órgãos superiores.

No dia 12 de setembro, quando a ministra Cármen Lúcia tomou posse na presidênci­a do STF, a Folha o pedido.

Em resposta, foi solicitada uma prorrogaçã­o de prazo devido à “grande quantidade de informaçõe­s, o que está sendo providenci­ado pela seção responsáve­l pela emissão de passagens aéreas e pagamento de diárias”.

Decorridos os 30 dias de prazo, foi feita nova solicitaçã­o, e a resposta em 22 de novembro foi de que o órgão estava “preparando a divulgação ativa dessas informaçõe­s (gasto com passagens e diárias) no site do Supremo Tribunal Federal” e, enquanto não fosse concluída essa fase de preparação, o tribunal não atenderia a “pedidos individuai­s para não atrasar ainda mais a divulgação”.

Até a conclusão desta edição, as informaçõe­s não haviam sido publicadas.

Pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), em 2013, Cármem Lúcia teve passagem de R$ 14,4 mil para a Itália que, segundo o órgão, “não foi de primeira classe”. Os dados de viagens de Lewandowsk­i pelo CNJ aparecem sem o valor das passagens.

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