Start-ups criam ponte para investidor financiar empresas
Sites listam companhias que precisam de empréstimo mas têm dificuldade de crédito e criam formas de reduzir riscos com calotes
Start-ups criaram plataformas que, de um lado, permitem que investidores encontrem pequenas empresas que procuram financiamento; do outro, prometem acesso a crédito para companhias com dificuldade de conseguir recursos nos bancos tradicionais.
Nessas plataformas, investidores que querem diversificar suas aplicações podem analisar perfis de empresas que buscam recursos, informações sobre suas finanças e taxa de juros que pagam pelo empréstimo.
Quem tiver interesse deve ter ao menos R$ 5.000 para emprestar via esses sites.
Conhecido internacionalmente como “peer to peer” (ponto a ponto), esse tipo de financiamento movimenta bilhões em países como Inglaterra e Estados Unidos.
A Biva, que lançou serviço do gênero em 2015, intermediou cerca de 500 financiamentos a empresas, nos quais participaram 1.500 investidores, diz Paulo David, cofundador da start-up.
Já a Nexoos, em operação desde 2016, fez cerca de 20 empréstimos, em captações que somaram R$ 2 milhões. A start-up é apoiada pela Oxigênio, aceleradora de negócios da Porto Seguro.
A Kavod Lending, em estágio pré-operacional, foi selecionada pela Visa para participar do programa de apoio a start-ups em parceria com a aceleradora Startup Farm.
Ela irá concentrar sua atuação em empréstimos para companhias com faturamento de ao menos R$ 6 milhões e que tenham garantias (imóveis, máquinas etc.) para oferecer aos credores em caso de inadimplência.
As plataformas selecionam os projetos que irão incluir em seus sites e definem a taxa de juros —que varia de 1,8% a 6% ao mês— a partir de análise de crédito.
Segundo relatório do Banco Central, os empréstimos para empresas com recursos livres tiveram taxa de juros média de 30,4% ao ano (ou 2,24% ao mês) em outubro.
Daniel Gomes, da Nexoos, afirma que a operação enxuta da companhia (sem custos com manutenção de agências e grandes investimentos em publicidade) e a especialização em pequenas e médias empresas permite que se ofereçam taxas menores do que a dos grandes bancos.
O dinheiro não passa pelas start-ups. Elas têm parcerias com instituições financeiras que formalizam as operações entre investidores e empresas e cuidam dos repasses.
Quem financia empresas a partir desses sites, porém, corre o risco de haver inadimplência. Na Biva, a taxa de atrasos com mais de 60 dias é de cerca de 10%.
Para diminuir as chances