Folha de S.Paulo

Antoine Griezmann ameaça hegemonia

Francês corre por fora e é o oitavo, desde 2007, a tentar quebrar a sequência de Messi e Ronaldo

- ALEX SABINO

MELHOR DO MUNDO FOLHA

O intruso da vez é o francês Antoine Griezmann, 25. Artilheiro da Eurocopa de 2016 (com seis gols) e principal nome do Atlético de Madri (ESP), o atacante sonha em se intrometer na festa que, desde 2007, é quase exclusiva de Cristiano Ronaldo e Lionel Messi: o prêmio de melhor do mundo da Fifa.

Nos últimos nove anos, o português só não foi um dos três finalistas em 2010. O jogador do Barcelona esteve em todas. Cristiano Ronaldo ficou em primeiro três vezes e é o favorito para ganhar de novo nesta segunda-feira (9). Messi é o maior vencedor do troféu, com cinco.

“Se a eleição for justa, Griezmann pode surpreende­r. A temporada que ele teve foi es- petacular. Pode ganhar”, afirmou o argentino Diego Simeone, técnico do francês no Atlético de Madri.

É missão inglória. Na última vez que o vencedor não se chamou Cristiano Ronaldo ou Lionel Messi, o ano era 2007. Kaká havia sido o astro do Milan (ITA) campeão da Liga dos Campeões. Foi escolhido.

A partir do que o ex-treinador escocês Sir Alex Ferguson definiu como “a era de Cristiano Ronaldo e Lionel Messi”, Griezmann é o oitavo jogador a tentar quebrar o reinado da dupla. Antes dele, foram Kaká (que conseguiu), Fernando Torres, Xavi, Iniesta, Ribéry, Neuer e Neymar.

Ferguson, aliás, nunca escondeu a preferênci­a pelo português. “Cristiano Ronaldo é um jogador de futebol. Messi é um jogador do Barcelona”, definiu. O país estará representa­do na cerimônia da Fifa por Marta, que tenta vencer o prêmio de melhor jogadora do mundo pela sexta vez, e pelo meia-atacante Marlone, do Corinthian­s, finalista ao prêmio Puskás de gol mais bonito do ano. Ainda serão anunciados prêmios para os melhores técnicos masculino e feminino.

É variação da crítica que Messi cansou de ouvir na Argentina: na seleção, não atua tão bem quanto no clube.

Mesmo sem ser o favorito, ele foi o jogador do futebol europeu a fazer mais gols em 2016, com 59. Pesa a importânci­a dos títulos obtidos por Cristiano Ronaldo na temporada europeia.

O português ganhou a Liga dos Campeões, o torneio de clubes mais valorizado do planeta. Em seguida, ajudou Portugal a conquistar a Eurocopa pela primeira vez. Já em dezembro, foi campeão do Mundial de Clubes. Messi venceu o Espanhol e a Copa do Rei, com o Barcelona, e fracassou na final da Copa América, com a Argentina.

O domínio dos dois jogadores na escolha de melhor do mundo, se antes era incontestá­vel, já começa a incomodar outros jogadores.

O sueco Ibrahimovi­c sempre foi um dos que torceu o nariz para o duopólio. Nos últimos meses, ganhou aliados. O polonês Lewandovsk­i ironizou nas redes sociais, há um mês, a escolha de Ronaldo como vencedor da Bola de Ouro, prêmio da revista francesa “France Football”.

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Thanassis Stavrakis - 7.jul.2016/Associated Press Griezmann foi o artilheiro da última Eurocopa pela França

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