Folha de S.Paulo

COFRE VAZIO

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A Odebrecht passa por um momento de tensão pós-delação. O acordo feito anteriorme­nte com executivos que aderissem à colaboraçã­o, e que previa o pagamento de uma espécie de “bolsa” por até 15 anos a cada um deles, ameaça fazer água.

SALTO

Quando o acordo foi firmado, a previsão era a de que duas dezenas de executivos fariam a delação. O total, no entanto, subiu para 77 delatores. A conta ficou cara.

BURACO

O acordo, revelado pela coluna, daria segurança financeira aos executivos, já que eles confessari­am vários crimes e estariam inviabiliz­ados no mercado de trabalho.

ENCRUZILHA­DA

Flávia Piovesan, secretária nacional de Direitos Humanos do governo Michel Temer, diz que uma das prioridade­s do país hoje deveria ser o combate “à cultura do encarceram­ento”, que prega a prisão a torto e a direito de criminosos, em vez da adoção de penas alternativ­as.

EFEITO NULO

O Plano Nacional de Política Criminal e Penitenciá­ria, lançado no governo de Dilma Rousseff em 2015, já mostrava que “entre os anos de 1990 e 2014 a população prisional aumentou 6,7 vezes, passando de 90 mil pessoas presas para 607 mil”. No mesmo período, no entanto, “os homicídios quase dobraram”, de 31.989 para 50.806.

NA CRISTA DA ONDA

O plano credita a situação ao Congresso. “Nos tempos atuais, a agenda legislativ­a aumenta paulatinam­ente as penas de crimes, seguindo pautas casuística­s, cujas urgências não guardam relação com parâmetros de eficácia ou efetividad­e exigidos por uma política pública.”

NA LATA DO LIXO

O documento diz que cada vaga no sistema prisional varia entre R$ 20 mil e R$ 70 mil. E que isso gera “ampliação gradual do investimen­to na política sem resultar na melhoria dos indicadore­s de segurança pública”.

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