Cresceu atrás dos microfones das radionovelas
Yvette tinha três anos quando fez sua estreia nas rádios de Presidente Prudente, no interior paulista. O desafio não foi grande, fazia coisas já comuns em seu dia a dia: chorar, reclamar, chamar a mãe.
Mas o tempo passou e a garotinha acabou crescendo atrás daqueles microfones. Foi das birras de crianças à cenas açucaradas com Joseval Peixoto. Também comandou programas infantis e fez leituras de crônicas românticas.
Assim como começou cedo, porém, a carreira de Yvette na rádio também acabou cedo. Tinha pouco mais de 20 anos quando se formou em psicologia na USP e decidiu que queria lecionar. Já morando na capital paulista, foi trabalhar no Colégio Nossa Sra. Aparecida, em Moema, onde ficou até se aposentar.
Mesmo longe das transmissões, ela parecia uma personagem de suas radionovelas. Era romântica, bem-humorada, estava sempre feliz. Diariamente, deixava uma flor e um bilhete para o marido, Flávio Araújo, ao sair para o trabalho, já que ele voltava tarde das transmissões de futebol que fazia na Rádio Bandeirantes. “São esses bilhetes que me confortam hoje”, diz ele.
Apesar da criação católica, Yvette conheceu o espiritismo por influência de Flávio e chegou a psicografar textos de nomes famosos como Monteiro Lobato e Guimarães Rosa. Também publicou “O voo não acabou”, narrado por um de seus enteados, morto no acidente da TAM de 1996.
O Alzheimer levou um pouco de seu brilho antes de morrer, no último dia 30, aos 77, após uma queda. Deixa o marido, um filho, quatro enteados, 17 netos e sete bisnetos, além de dois a caminho. coluna.obituario@grupofolha.com.br 39º MÊS de Carvalho, 114, Bela Vista.
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Serão solicitados os seguintes documentos do falecido: Cédula de identidade (RG); Certidão de Nascimento (em caso de menores); Certidão de Casamento.
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