Folha de S.Paulo

Federação calcula que receberá R$ 3 bi a mais

- DO RIO

ECA

Associação Europeia de Clubes

UEFA

União das Federações Europeias de Futebol repescagem e agora deverá ter uma direta”, criticou.

Já Diego Maradona elogiou a medida. Para o ex-jogador, o aumento “possibilit­a a cada país um sonho e renova a paixão pelo futebol”.

Apesar do aumento no número de participan­tes, a competição continuará acontecend­o em um período de 32 dias. Além disso, o número máximo de partidas que um atleta poderá disputar se mantém em sete.

Segundo Infantino, dessa forma, os clubes não serão prejudicad­os, já que continuarã­o cedendo seus jogadores para as seleções nacionais pelo mesmo tempo e não haverá desgaste extra com a disputa de mais partidas.

Apesar disso, com a entrada de novas equipes, o torneio terá ainda mais jogos. No total, passará de 64 partidas para 80 confrontos.

Com essas condições, a Uefa (União das Federações Europeias de Futebol) disse ser a favor da mudança.

“Estamos felizes que a nova duração e o formato do torneio não aumentam a carga sobre os jogadores”, afirmou a entidade em nota divulgada no seu site oficial.

Pela proposta aprovada, as 48 seleções classifica­das para o Mundial serão divididas em 16 grupos com três times cada. As duas melhores equipes de cada grupo se classifica­m para os mata-matas, que começam uma fase antes das oitavas de final.

Além de ampliar o número de participan­tes de 32 para 48 seleções na Copa de 2026, a Fifa prevê arrecadar US$ 1 bilhão (cerca de R$ 3,2 bilhões) a mais com o Mundial.

Segundo pesquisa da própria entidade, o torneio deve arrecadar cerca de US$ 6,5 bilhões (R$ 20,74 bilhões) com venda de direitos de transmissã­o e patrocínio­s, além de ingressos.

Como comparação, a Fifa estima receber US$ 5,5 bilhões (R$ 17,5 bilhões) com a Copa da Rússia, em 2018.

O lucro projetado pela entidade mundial é de um cresciment­o de US$ 640 milhões (cerca de R$ 2 bilhões) para a competição.

Além da vaga no torneio, a Fifa acenou com possibilid­ade de pagar, no mínimo, US$ 8 milhões (R$ 25 milhões) a cada federação participan­te do Mundial.

A escolha da sede será feita em maio de 2020. Com o gigantismo da competição, a Fifa já deixou claro que pretende realizar esta edição do torneio em mais de um país, como aconteceu em 2002, quando Japão e Coreia do Sul dividiram a organizaçã­o do evento.

Por causa do rodízio ainda em vigor, o continente americano é o favorito. México, Canadá e EUA negociam uma candidatur­a conjunta para receber a Copa.

Pelo regulament­o atual, a Ásia e a Europa estariam fora da disputa. A Fifa impede que um continente volte a sediar o Mundial menos de duas edições após abrigar o evento.

considerad­a a partir de pressão política “

Estamos felizes que a nova duração e o formato do torneio não aumentam a carga sobre os jogadores

ANÁLISE Para Pedro Trengrouse, professor da FGV, o cálculo da Fifa ignora variáveis relevantes para o futuro.

“Isso é um exercício teórico. O modelo de financiame­nto do esporte no mundo, dependente do dinheiro da TV e de patrocínio­s, dá sinais de esgotament­o. As pessoas veem cada vez menos televisão. Será que as grandes redes de TV terão dinheiro para sustentar a mesma lógica comercial? Até 2026, diante das mudanças dos hábitos de consumo, deveremos ter um novo modelo de negócios, mais interativo, centrado na internet e próximo das novas gerações”. (SERGIO RANGEL E GUILHERME SETO)

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