Folha de S.Paulo

VALERIAN E A CIDADE DOS MIL PLANETAS

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Com Cara Delevingne e Rihanna, o filme mostra um agente que volta no tempo para uma investigaç­ão continuaçã­o ambientada 30 anos depois, com Ryan Gosling no papel principal e Harrison Ford reprisando Rick Deckard. A direção é de um cineasta que em 2016 lançou uma ficção científica bem original: o canadense Dennis Villeneuve, de “A Chegada”.

Do outro lado do Atlântico, o francês Luc Besson chega com “Valerian e a Cidade dos Mil Planetas”. No longa, Cara Delevingne trafega por cidades futuristas apinhadas de arranha-céus luminosos num visual bem ao estilo de “O Quinto Elemento”, que Besson dirigiu em 1997. “É um delírio febril sci-fi”, como definiu a revista “Wired”.

Scarlett Johansson, que já trabalhou com Besson em outra ficção científica, “Lucy” (2014), é outra que retorna ao gênero, vivendo uma policial ciborgue sob a batuta de Rupert Sanders, diretor de “Branca de Neve e o Caçador” (2012).

Sanders e Johansson lançam em março “Vigilante do Amanhã”, baseado no mangá “Ghost in the Shell”. A produção tem sido criticada por “embranquec­imento” de seus personagen­s: além de Scarlett, o americano Michael Pitt, o dinamarquê­s Pilou Asbaek e a francesa Juliette Binoche compõem o elenco de uma trama toda ambientada no Japão.

O Brasil também terá ficções científica­s nos próximos anos, como antecipou a Folha na coluna “Sem Legenda”. Ao menos dois diretores produzem obras do gênero.

O amazonense Sérgio Andrade rodará entre 2017 e 2018 “A Terra Negra dos Kawa”, sobre índios que cultivam uma poderosa substância fértil que acaba cobiçada por cientistas.

Já Fábio Baldo trará para o universo do interior paulista seu “Doce Inferno na Galáxia”, sobre uma fazenda que é sede de estranhos fenômenos. Será filmado em 2018. O COMPUTADOR VENCE A ética da convivênci­a entre humanos e máquinas, que dá o tom a boa parte dos delírios na ficção científica, também é uma discussão a ser debatida nos bastidores: o abuso na computação gráfica para o visual de personagen­s.

O próximo “Planeta dos Macacos” traz todos os primatas recriados digitalmen­te, ao contrário do que era feito na saga original, dos anos 1960 e 1970, em que os atores vestiam fantasias de símios.

Mas foi com “Rogue One” que a discussão chegou ao auge: o ator Peter Cushing, morto em 1994, reviveu seu Grand Moff Tarkin, do “Star Wars” original, graças à computação. Ele teve o rosto recriado digitalmen­te e implantado na pós-produção sobre o de Guy Henry, que fez os movimentos do personagem.

Os herdeiros de Cushing autorizara­m seu “renascimen­to” virtual. E, ao que tudo indica, o mesmo expediente será feito com a atriz Carrie Fisher, morta no mês passado, para o terceiro episódio da nova trilogia “Star Wars” —ela chegou a filmar o segundo, que sai em dezembro.

“O trabalho foi feito com muito afeto e respeito”, disse John Knoll, responsáve­l pelos efeitos de “Rogue One”. Os limites, contudo, são questionáv­eis: Audrey Hepburn foi “implantada” num recente comercial de chocolate.

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